Os percursos da memória em Cidadão Kane

Autores

  • Rafaela Caetano Universidade Paulista
  • Gustavo Souza Universidade Paulista

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2017.120990

Palavras-chave:

Memória, testemunho, Cidadão Kane.

Resumo

 

Tomando como ponto de partida os testemunhos de diversos personagens, este trabalho discute como se arquiteta a memória em Cidadão Kane, obra escrita, dirigida e interpretada por Orson Welles, em 1941. Para tanto, partimos da hipótese de que esta memória se dá por meio de uma relação triangular entre saber midiático, disposição emocional e molduragem do presente. O saber midiático, proposto por Baltar – a partir do documentário, mas aqui estendido à ficção –, fundamenta-se na autofabulação do personagem em entrevista a partir dos códigos de representação fornecidos pela mídia. A disposição emocional estabelece a emoção como propiciadora da memória, tanto em sua captação quanto no resgate. A terceira característica funda-se nas condições do tempo vigente, que transcendem o indivíduo e constituem, para além de sua vontade, impacto expressivo na rememoração.

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Biografia do Autor

  • Rafaela Caetano, Universidade Paulista

    Possui graduação em Jornalismo (2011) e pós-graduação em História da Arte (2013) pela Universidade São Judas Tadeu. Atualmente é mestranda em Comunicação pela Universidade Paulista. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo, e no ensino do idioma Inglês.

  • Gustavo Souza, Universidade Paulista

    Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Midiática da Universidade Paulista.

Referências

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Publicado

2017-07-13

Edição

Seção

Dossiê

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