Avaliação do índice de sobrecarga de cuidadores primários de crianças com paralisia cerebral e sua relação com a qualidade de vida e aspectos sócioeconômicos

Autores

  • Mariana Ceravolo Ferreira Centro de Orientação, Reabilitação e Assistência ao Encefalopata
  • Brunna Loureiro Di Naccio Associação Pestalozzi de Goiânia
  • Myssao Yumi Costa Otsuka Centro de Orientação, Reabilitação e Assistência ao Encefalopata
  • Aurélio de Melo Barbosa Universidade Estadual de Goiás
  • Paulo Fernando Lôbo Corrêa Faculdade Alfredo Nasser
  • Giulliano Gardenghi Hospital ENCORE

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20150003

Palavras-chave:

Paralisia Cerebral, Efeitos Psicossociais da Doença, Qualidade de Vida, Cuidadores

Resumo

As crianças com Paralisia Cerebral (PC) apresentam distúrbios permanentes da postura e movimento, caracterizada por um prejuízo motor que provoca dificuldade na realização das atividades de vida diária e, consequentemente uma dependência funcional. Assim, a tarefa de assistir crianças com PC pode levar ao cansaço, isolamento e estresse dos cuidadores, além de gerar sobrecarga física e emocional e uma possível diminuição da qualidade de vida dessa população. Objetivo: Avaliar o índice de sobrecarga dos cuidadores primários de crianças com PC, comparar a qualidade de vida e a idade entre cuidadores com e sem sobrecarga, bem como associar as variáveis classe econômica e status laboral à variável sobrecarga. Método: O estudo caracterizou-se por ser analítico e transversal. Participaram do estudo 31 cuidadores primários de crianças com diagnóstico de PC de 0 a 18 anos. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram um questionário sóciodemográfico para caracterização da amostra, o questionário da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) para classificação econômica, o Medical Outcome Study 36 (SF-36) para avaliação da qualidade de vida dos cuidadores e a Escala de Sobrecarga do Cuidador Zarit Burden Interview (ZBI) para avaliar a sobrecarga subjetiva e objetiva dos cuidadores. Resultados: Os resultados da amostra apontaram que 67,7% dos cuidadores apresentaram sobrecarga e que as médias de alguns domínios do SF-36 (“limitação por aspectos físicos”, “dor”, “vitalidade” e “limitação por aspectos sociais”) neste grupo eram significativamente menores do que no grupo sem sobrecarga. Não houve associação estatisticamente significativa no teste de qui-quadrado entre a classe socioeconômica dos cuidadores e a sobrecarga e entre o status laboral e a sobrecarga. Conclusão: A presença de sobrecarga em cuidadores de crianças com PC tem relação com uma menor qualidade de vida, mas a sobrecarga não foi associada com a idade do cuidador, o status laboral e a classe econômica dos mesmos.

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Publicado

2015-03-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Ferreira MC, Di Naccio BL, Otsuka MYC, Barbosa A de M, Corrêa PFL, Gardenghi G. Avaliação do índice de sobrecarga de cuidadores primários de crianças com paralisia cerebral e sua relação com a qualidade de vida e aspectos sócioeconômicos. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de março de 2015 [citado 27º de abril de 2024];22(1):9-13. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103894