Qualidade de vida de pessoas com doença de Parkinson após o tratamento com realidade virtual não imersiva

Autores

  • Danielle Carneiro de Menezes Sanguinet Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Terapia Ocupacional
  • Maria das Graças Wanderley de Sales Coriolano Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Anatomia
  • Charleny Mary Ferreira de Santana Universidade Federal de Pernambuco
  • Thaisa Damasceno de Albuquerque Ângelo Universidade Federal de Pernambuco
  • Juliana Patrícia de Araújo Silva Universidade Federal de Pernambuco
  • Sarah Buarque Câmara Universidade Federal de Pernambuco
  • Amdore Guescel Asano Universidade Federal de Pernambuco. Hospital das Clínicas
  • Otávio Gomes Lins Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20160017

Palavras-chave:

Doença de Parkinson, Qualidade de Vida, Terapia Ocupacional, Jogos de Vídeo, Reabilitação

Resumo

Objetivo: Analisar a influência do tratamento com jogos em realidade virtual não imersiva (RVNI) na qualidade de vida (QV) de pessoas com doença de Parkinson (DP). Métodos: Ensaio clínico não controlado, com 14 pessoas com DP entre os estágios I a IV da DP. O tratamento com RVNI ocorreu em 6 meses, com 1 avaliação inicial e 2 reavaliações trimestrais. Os instrumentos de medida de resultado foram o Questionário da Doença de Parkinson-39 (PDQ-39) e Questionário de Autopercepção de Desempenho. No protocolo de tratamento foi utilizado o Kinect® para Xbox 360 e os jogos Kinect Advenctures®, Your Shape Fitness Evolved® e Kinect Sports®. Na análise estatística do PDQ-39 foi aplicado o teste de Wilcoxon (p ≤ 0,05) e para o Questionário de Autopercepção de Desempenho foi empregada a análise qualitativa de conteúdo temático, com identificação de seis categorias. Resultados: Houve significância estatística após o período de 3 meses de tratamento com os jogos em RVNI, especificamente na mobilidade, bem estar emocional, estigma, cognição e pontuação total do PDQ-39. Depois de 6 meses de tratamento os resultados se mantiveram, não havendo novos ganhos. No entanto, por uma doença neurodegenerativa essa manutenção dos ganhos é favorável para o prognóstico funcional dos pacientes. Nas categorias temáticas, destacaram-se relatos de melhora na mobilidade, atividades de vida diária, bem estar emocional, estigma e desconforto corporal. Conclusão: O tratamento com RVNI beneficia a QV de pessoas com DP, principalmente quando abrange a mobilidade, bem estar emocional, estigma e cognição

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Schrag A, Jahanshahi M, Quinn N. What contributes to quality of life in patients with Parkinson's disease? J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2000;69(3):308-12.

Wirdefeldt K, Adami HO, Cole P, Trichopoulos D, Mandel J. Epidemiology and etiology of Parkinson's disease: a review of the evidence. Eur J Epidemiol. 2011;26 Suppl 1:S1-58. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s10654-011-9581-6

Clarke CE. Parkinson's disease. BMJ. 2007;335(7617):441-5. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/bmj.39289.437454.AD

Pereira D, Garrett C. Risk factors for Parkinson disease: an epidemiologic study. Acta Med Port. 2010;23(1):15-24.

Teive HAG. Etiopatogenia da doença de Parkinson. Rev Neuroc. 2005;13(4):201-14.

Scattolin FAA. Qualidade de vida: a evolução do conceito e os instrumentos de medida. Rev Fac de Cienc Med. 2006;8(4):1-5.

Findley LJ. The economic impact of Parkinson's disease. Parkinsonism Relat Disord. 2007;13 Suppl:S8-S12. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.parkreldis.2007.06.003

Andrade LAF, Barbosa ER, Cardoso F, Teive HAG. Doença de Parkinson: estratégias atuais de tratamento. 2 ed. São Paulo: Segmento Farma; 2006.

Chaudhuri KR, Healy DG, Schapira AH; National Institute for Clinical Excellence. Non-motor symptoms of Parkinson's disease: diagnosis and management. Lancet Neurol. 2006;5(3):235-45. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S1474-4422(06)70373-8

Aragon A, Kings J. Occupational therapy for people with Parkinson's: best practice guidelines. London: College of Occupational Therapists; 2010.

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução n. 316, de 19 de julho de 2006. Dispõe sobre a prática de atividades de vida diária, de atividades instrumentais da vida diária e tecnologia assistiva pelo Terapeuta Ocupacional e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF); 2006 Ago 3; Seção 1:79.

Pedral C, Bastos PA. Terapia Ocupacional: metodologia e prática. 2 ed. Rio de Janeiro: Rubio; 2013.

Rocha EF, Castiglioni MC. Reflexões sobre recursos tecnológicos: ajudas técnicas, tecnologia assistiva, tecnologia de assistência e tecnologia de apoio. Rev Ter Ocup Univ São Paulo. 2005;16(3):97-104.

Weiss PLT, Katz N. The potential of virtual reality for rehabilitation. J Rehabil Res Dev. 2004; 41(5): 7-10.

Crosbie JH, Lennon S, Basford JR, McDonough SM. Virtual reality in stroke rehabilitation: still more virtual than real. Disabil Rehabil. 2007;29(14):1139-46. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/09638280600960909

Tori R, Kirner C, Siscoutto RA. Fundamentos e tecnologia de realidade virtual e aumentada. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação; 2006.

Lana RC, Álvares LMRS, Nasciutti-Prudente C, Goulart FRP, Teixeira-Salmela LF, Cardoso FE. Percepção da qualidade de vida de indivíduos com doença de Parkinson através do PDQ-39. Rev Bras Fisioter. 2007;11(5):397-402. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552007000500011

Souza RG, Borges V, Silva SM, Ferraz HB. Quality of life scale in Parkinson's disease PDQ-39 - (Brazilian Portuguese version) to assess patients with and without levodopa motor fluctuation. Arq Neuropsiquiatr. 2007;65(3B):787-91. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2007000500010

Marinus J, Ramaker C, van Hilten JJ, Stiggelbout AM. Health related quality of life in Parkinson's disease: a systematic review of disease specific instruments. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2002;72(2):241-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.72.2.241

Crepeau EB, Schell BAB. Analisando ocupações e atividades. In: Crepeau EB, Cohn ES, Schell BAB. Terapia Ocupacional - Willard & Spackman. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. p. 363-78.

Bardin L. Análise de conteúdo. 4 ed. Lisboa: Edições 70; 2010.

Herz NB, Mehta SH, Sethi KD, Jackson P, Hall P, Morgan JC. Nintendo Wii rehabilitation ("Wii-hab") provides benefits in Parkinson's disease. Parkinsonism Relat Disord. 2013;19(11):1039-42. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.parkreldis.2013.07.014

Munhoz RP. A fase pré-motora da doença de Parkinson. In: Andrade LA, Barbosa ER, Cardoso F, Teive HAG. Doença de Parkinson: estratégias atuais de tratamento. São Paulo: Omnifarma; 2010. p.18-21.

Tolosa E, Compta Y, Gaig C. The premotor phase of Parkinson's disease. Parkinsonism Relat Disord. 2007;13 Suppl:S2-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.parkreldis.2007.06.007

Tori R, Kirner C. Fundamentos de realidade virtual. In: Tori R, Kirner C, Siscoutto RA. Fundamentos e tecnologia de realidade virtual e aumentada. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação; 2006. p. 2-21.

Mirelman A, Maidan I, Herman T, Deutsch JE, Giladi N, Hausdorff JM. Virtual reality for gait training: can it induce motor learning to enhance complex walking and reduce fall risk in patients with Parkinson's disease? J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2011;66(2):234-40.

Publicado

2016-06-11

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Sanguinet DC de M, Coriolano M das GW de S, Santana CMF de, Ângelo TD de A, Silva JP de A, Câmara SB, et al. Qualidade de vida de pessoas com doença de Parkinson após o tratamento com realidade virtual não imersiva. Acta Fisiátr. [Internet]. 11º de junho de 2016 [citado 26º de abril de 2024];23(2):85-8. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/137623