Considerações sobre instituições de reabilitação para crianças e adolescentes com deficiência no município do Rio de Janeiro

Autores

  • Livia Rangel Lopes Borgneth Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
  • Alice Yuriko Shinohara Hassano Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
  • Luciane Gaspar Guedes Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
  • Márcia Gonçalves Ribeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v25i2a162573

Palavras-chave:

Centros de Reabilitação, Serviços de Reabilitação, Pessoas com Deficiência, Criança

Resumo

Discussão a partir de dados extraídos da pesquisa “Estudo da oferta e análise de programas de reabilitação para a população infanto-juvenil com deficiência no Município do Rio de Janeiro”. Objetivo: Ampliar o conhecimento sobre as instituições que oferecem reabilitação para a população de crianças e adolescentes com deficiência. Método: Estudo descritivo tipo inquérito, por questionário, especificamente preparado para este fim. Resultados: A amostra composta por 7 (12,6%) instituições de ensino, 16 (29,6%) instituições pertencentes ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 31 (57,41%) representam: 11 organizações não governamentais, 15 filantrópicas e 5 privadas conveniadas com o SUS e/ou Sistema único de Assistência Social (SUAS), mostrando que a maior parte dos atendimentos não ocorre na rede pública. Este dado sugere rotatividade de profissionais por falta de estabilidade e consequente descontinuidade de tratamento. Maioria das organizações, fora a rede pública, tem convênio com o SUAS, cuja missão é regular e organizar serviços, programas e benefícios socioassistenciais, o que pode levar ao não aproveitamento de avanços técnicos na área da saúde. Avaliações médicas especializadas e recursos como óculos, cadeira de rodas, andadores, mostraram não ser de fácil obtenção. Considerações sobre dificuldade para reabilitação são levantadas. Conclusão: O fato de que esta população quando reabilitada tem ampliada sua condição para participação ativa na sociedade, com consequente redução de custo e aumento do capital social é uma realidade. Ampliar conhecimentos sobre a gestão em reabilitação está se tornando cada vez mais premente, visto que avanços científicos e tecnológicos aliados a constantes conquistas sociais viabilizam, cada vez mais, inserção de pessoas que antes estariam restritas a uma vida de exclusão social.

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Publicado

2018-06-30

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Considerações sobre instituições de reabilitação para crianças e adolescentes com deficiência no município do Rio de Janeiro. Acta Fisiátr. [Internet]. 30º de junho de 2018 [citado 28º de março de 2024];25(2):54-9. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/162573