Seis teses sobre o trabalho forçado no império português continental em África
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.v0i35p129-155Palavras-chave:
Trabalho forçado. Escravatura. Ruptura. Articulação dos modos de produção. Racismo. AssimilaçãoResumo
Na literatura, o trabalho forçado nas colônias portuguesas de África no século XX é predominantemente tratado como uma “mera continuação” da escravatura porque a historiografia relativa à parte continental do Terceiro Império Africano de Portugal foi demasiadamente influenciada pela situação em São Tomé e Príncipe, onde esta « mera continuação » foi real. Este artigo defende seis teses: 1. Na África continental portuguesa, o fim do trato dos viventes e o início do trabalho forçado não se sucederam num regime de transição mas de ruptura. 2. A introdução do trabalho forçado não foi um “arcaísmo” português mas uma ruptura capitalista moderna. 3. O trabalho forçado só pôde funcionar no âmbito de uma articulação dos modos de produção com manutenção da produção doméstica subalternizada, este subsistindo graças a uma forte “generização”. 4. Não foi a lei promulgada em Portugal que foi “mal aplicada nas colônias”. 5. Esta legislação era racista não apenas por causa do fenótipo, mas em função de uma discriminação relativa à esfera de produção, definindo a exclusão de um povo inteiro. 6. É essa situação que paradoxalmente nutriu a ideologia da assimilaçãoDownloads
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Publicado
2015-02-16
Como Citar
Cahen, M. (2015). Seis teses sobre o trabalho forçado no império português continental em África. África, (35), 129-155. https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.v0i35p129-155
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Seção
Artigos