O lugar do campesinato no capitalismo: as múltiplas dimensões do processo de (re)criação de uma classe e de em modo de vida
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1808-1150.v0i15p145-170Palavras-chave:
Campesinato, Capitalismo, Classes sociais, Modo de vidaResumo
Com vistas a superar a visão recorrente de que o campesinato é um sujeito do passado, este trabalho tem por objetivo investigar as seguintes questões: há um lugar para os camponeses no modo de produção capitalista? Como esses sujeitos se recriam neste contexto? As reflexões para responder essas perguntas se estabeleceram a partir da revisão bibliográfica que incorpora a contribuição de pensadores de diversas áreas das ciências humanas, na busca por elementos complementares entre diferentes visões. Assim, estabeleceu-se como hipótese o entendimento de que o campesinato forma historicamente uma classe social e um modo de vida capaz de se recriar em diferentes contextos socioeconômicos, culturais e políticos. As ponderações presentes neste trabalho levam a compreender que há um lugar para o campesinato no capitalismo, apesar de sua posição de classe subalterna. O que possibilita sua reprodução, mesmo no contexto dos Impérios Alimentares, é sua capacidade de resistência e resiliência, que se manifestam nas múltiplas dimensões do seu modo de vida.
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