Estética da imperfeição

o pensamento de John Ruskin e a arquitetura rural em Santa Catarina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02672019v27e23

Palavras-chave:

John Ruskin, Arquitetura, Artífice, Imperfeição

Resumo

O presente artigo apresenta uma proposta de perceber a arquitetura rural edificada pelo artífice imigrante em Santa Catarina a partir do pensamento estético de John Ruskin. As concepções que formam o seu pensamento são tomadas à luz do conceito do fantástico paradoxo, uma chave de leitura bastante oportuna para evidenciar e reiterar características fundamentais daquela arquitetura, como a presença viva do labor humano, a imperfeição como virtude construtiva e a beleza pitoresca da paisagem edificada. A partir da análise de um conjunto arquitetônico construído em madeira, buscou-se compreender a presença do artífice construtor tanto no corpo mesmo do edifício resguardado em sucessivas gerações quanto na preservação de um saber-fazer de técnicas construtivas tradicionais transmitidas de pai para filho.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Eliane Baader de Lima, Universidade Federal de Santa Catarina / Florianópolis, SC, Brasil

    Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

  • Rodrigo Almeida Bastos, Universidade Federal de Santa Catarina / Florianópolis, SC, Brasil

    Arquiteto urbanista e engenheiro civil. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), com doutoradosanduíche no Departamento de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa e pós-doutorado pela McGill University, Montreal, Canadá. Atualmente é professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC.

Referências

LIVROS, ARTIGOS E TESES

AMARAL Cláudio Silveira; GUERINI FILHO, Régis Alberto. Sérgio Ferro e John Ruskin: crítica
ao processo produtivo da arquitetura. Revista Arquitextos (online), ano 17, março de 2017.
CLARK, Kenneth. The Gothic Revival: an Essay in the History of Taste. London: Constable,
1950.
CLARK, Kenneth. Ruskin Today. Baltimore: Penguin Books, 1967.
D’AGOSTINO, Mário Henrique Simão; PINHEIRO, Maria Lucia Bressan. A noção de pitoresco
no debate cultural das primeiras décadas do século XX no Brasil. Desígnio – Revista de História
da Arquitetura e do Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São
Paulo, São Paulo: Annablume, n.1, março, 2004, p. 119-128.
DALL’ALBA, João Leonir. Imigrantes italianos em Santa Catarina. In: DE BONI, Luis Alberto
(org). A presença italiana no Brasil. Porto Alegre: EST, 1987.
DALL’ALBA, João Leonir. Imigração italiana em Santa Catarina. Caxias do Sul: EDUCS; Porto
Alegre: EST; Florianópolis: Lunardelli, 1983.
FERREIRA, Luís Fernando Vieira. Azambuja e Urussanga. Niterói: Oficinas Gráficas, 1939.
FONTANA, Germano Bez. História de minha vida: memórias, imigração e outros fatos.
Florianópolis: Agnus, 1998.
FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. Tradução de Jefferson Luiz
Camargo e Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
GAMA, Ruy. História da técnica e da tecnologia. São Paulo: TAQ/ Edusp, 1985.
IPHAN. Roteiros nacionais de imigração Santa Catarina – Dossiê de Tombamento: histórico,
análise e mapeamento das regiões. VIEIRA FILHO, Dalmo; WEISSHEIMER, Regina M. (coords.),
v. I. Florianópolis: 11ª Superintendência Regional IPHAN/Santa Catarina, [s. d.]a.
IPHAN. Roteiros nacionais de imigração Santa Catarina – Dossiê de Tombamento: síntese
tombamentos federais. VIEIRA FILHO, Dalmo; WEISSHEIMER, Regina M. (coords.), v. II.
Florianópolis: 11ª Superintendência Regional IPHAN/Santa Catarina, [s. d.]b.
IPHAN. Mestres artífices Santa Catarina: cadernos de memória. PIMENTA, Margareth de
Castro Afeche (coord.). Brasília: IPHAN, 2012.
KATINSKY, Júlio Roberto. Glossário dos carpinteiros de moinho. In: GAMA, Ruy (org). História
da técnica e da tecnologia. São Paulo: TAQ/Edusp, 1985. p. 216-242.
LANDOW, George. Aesthetic and Critical Theory of John Ruskin. Princeton: Princeton
University Press, 1971.
LIRA, José Tavares Correia. Ruskin e o trabalho da arquitetura. Risco: Revista de Pesquisa em
Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 77-86, 2006.
MARZANO, Luigi. Colonos e missionários italianos na floresta do Brasil. Tradução de João
Leonir Dall’Alba. Florianópolis: UFSC, 1985.
MATTOS, Jacintho Antonio. Colonisação do estado de Santa Catharina: dados históricos e
estatísticos (1640-1916). Florianópolis: O Dia, 1917.
PINHEIRO, Maria Lucia Bressan. John Ruskin e as sete lâmpadas da arquitetura – algumas
repercussões no Brasil. In: RUSKIN, John. A Lâmpada da memória (apresentação). Tradução:
Maria Lucia Bressan Pinheiro. 2ª ed. Cotia: Ateliê Editorial, 2013. p. 9-48.
POSENATO, Júlio. Arquitetura da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Porto Alegre:
EST/EDUCS, 1983. v. 4.
RUSKIN, John. A Lâmpada da memória. Tradução: Maria Lucia Bressan Pinheiro. Cotia: Ateliê
Editorial, 2013.
RUSKIN, John. A economia política da arte. Tradução: Rafael Cardoso. Rio de Janeiro: Record,
2004.
RUSKIN, John. As pedras de Veneza. Tradução: Luís Eduardo de Lima Brandão. São Paulo:
Martins Fontes, 1992.
RUSKIN, John. John Ruskin. Selvatiqueza (excerto de A Natureza do Gótico). Tradução: José
Tavares Correia de Lira. Risco: Revista de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo, Universidade
de São Paulo, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 67-76, 2006.
RUSKIN, John. The Seven Lamps of Architecture. London: Library Edition, works, v. viii, 1903.
Disponível em: <https://bit.ly/2nVdW45>.
RUSKIN, John. The Stones of Venice. London: Library Edition, v. I, works, v. ix, 1903 Disponível
em: <https://bit.ly/2nVdW45>.
RUSKIN, John. The Stones of Venice. London: Library Edition, v. II, works, v. x, 1904 Disponível
em: <https://bit.ly/2nVdW45>.
RUSKIN, John. The Stones of Venice. London: Library Edition, v. III, works, v. xi, 1904
Disponível em: <https://bit.ly/2nVdW45>.
RUSKIN, John. Two Lectures on the Political Economy of Art (1857-1880). In: RUSKIN, John.
A Joy for ever. London: Library Edition, part I, works, v. xvi, 1905, p. 15-174. Disponível em:
<https://bit.ly/2nVdW45>.
RUSKIN, John. Inaugural Address at the Cambridge School of Art (1858). In: RUSKIN, John.
A Joy for ever. London: Library Edition, part II, works, v. xvi, 1905, p. 177-201. Disponível em:
<https://bit.ly/2nVdW45>.
RUSKIN, John. Modern Manufacture and Design (1859). In: RUSKIN, John. The Two Paths.
London: Library Edition, lecture III, works, v. xvi, 1905, p. 319-345. Disponível em: <https://
bit.ly/2nVdW45>.
RUSKIN, John. Influence of Imagination in Architecture (1857). In: RUSKIN, John. The Two
Paths. London: Library Edition, lecture IV, works, v. xvi, 1905, p. 346 -374. Disponível em:
https://bit.ly/2nVdW45>.
RUSKIN, John. Unto this Last (1860). London: Library Edition, part I, works, v. xvii, 1905, p.
5-118. Disponível em: <https://bit.ly/2nVdW45>.
SEYFERTH, Giralda. Imigração e cultura no Brasil. Brasília: UnB, 1990.
TOWNSEND, Francis G. Ruskin and the Landscape Feeling: a critical analysis of his thought
during the crucial years of his life, 1843-56. Urbana: University of Illinois, 1951.
ANNALS OF MUSEU PAULISTA – vol. 27, 2019. 45
WEIMER, Günter. Arquitetura Popular Brasileira. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

Entrevista

FONTANA, Olclésio Bez. Entrevista concedida em sua residência, na cidade de Urussanga, nos
dias 20 fev. 2017 e 18 maio 2017.

Downloads

Publicado

2019-11-05

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

Estética da imperfeição: o pensamento de John Ruskin e a arquitetura rural em Santa Catarina. (2019). Anais Do Museu Paulista: História E Cultura Material, 27, 1-45. https://doi.org/10.1590/1982-02672019v27e23