A megafalha de Cubatão no sudeste brasileiro

Autores

  • G. R Sadowski USP; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia Geral

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-8986.v22i0p15-28

Resumo

O conjunto de falhas, conhecidas como transcorrentes, que bordeja a costa sudeste brasileira envolvendo as falhas denominadas de Cubatão, Além-Paraíba, Lancinha, Itapeúna, etc., constitue parte de um Sistema de Falhamento de mais de 2.000 km de extensão com evolução e estruturação compleca, ao qual designamos de Sistema de Falhamento Cubatão ou Megafalha do Cubatão. A falha do Cubatão propriamente dita, apresenta divisão longitudinal em segmentos cujas deformações expõem diferentes níveis estruturais. O segmento sudoeste do lineamento é representativo do nível estrutural superior e, conforme avançamos para NE, passa a afetar rochas mais profundas, com o surgimento de estruturas características de deformação própria a níveis inferiores. A junção da falha com o falhamento de Taxaquara é controvertida no seu desenlace. Os dados existentes indicam que esta última parece ser a feição dominante. Os indícios texturais e tectoglifos de deformação mostram, para a falha de Cubatão, uma evolução extremamente complexa desde falhamento inverso até transcorrente destral e sinistrai, como normal a oblíquo. Cataclasitos com evidências de recristalização posterior com imposição de novas xistosidades bem demonstram tal aspecto. As idades de rochas ígneas afetadas variam desde o Proterozóico Superior até o Mesozóico. Reativações chegam a afetar sedimentos do Cenozóico. E, há evidências, embora ainda tênues, de movimentação atual ao longo de falhas de direção NW que não pertenceriam ao Sistema. Em termos de compartimentação tectónica antiga, tem-se a impressão que ocorre um afinamento da crosta na sua porção sudeste. O sistema de falhamentos ter-se-ia originado no mecanismo de colisão e subseqüente tectónica de escape entre os Crátons Angolano e de São Francisco.

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Publicado

1991-01-01

Edição

Seção

nao definida