On the ecology of Brazilian medusae at 25º Lat. S

Autores

  • M. Vannucci

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0373-55241963000100002

Resumo

A análise de 247 amostras quantitativas de plancton coletadas durante três anos em três estações fixas ao largo de Cananéia, Estado de São Paulo, até 17,2 milhas ao largo e a 28 m de profundidade, revelaram a presença de 28 espécies de medusas, 17 das quais foram estudadas detalhadamente. 1) As oito espécies seguintes podem ser consideradas bons indicadores da massa de água costeira: Podocoryne mínima, Bougainvillia ramosa, Stomotoca dinema, Laodicea minúscula, Obelia spp., Eucheilota ventricularis, E. duodecimalis, E. paradoxica. 2) As seis espécies seguintes são bons indicadores da massa de água da plataforma: Euphysora gracilis, Eucodonium brownei, Turritopsis nutricuia, Proboscidactyla ornata, Amphogona apsteini. 3) Uma espécie é bom indicador de massa de água tropical: Aglaura hemistoma, além disso ocorrem duas espécies ubiquistas. 4) A distribuição das espécies no espaço acompanha de perto a das massas de água. 5) No conjunto essas medusas são mais tolerantes em relação à temperatura do que à salinidade. Isso pode ser devido à procedência das amostras, todas de águas de pequena profundidade e portanto com uma fauna adaptada e sujeita a variações relativamente intensas de temperatura. 6) Não há duas espécies que tenham curvas semelhantes em relação à freqüência/temperatura ou frequência/salinidade, com os mesmos máximos ou com extremos comparáveis. Espécies com preferências semelhantes para salinidade, têm preferências diferentes para temperatura e vice-versa. 7) O plancton é um tipo de ecosistema juvenil, que todavia pode ser relativamente mais ou menos maduro. A massa de água costeira, submetida a mudanças contínuas é a que se mantém em estado mais juvenil de todas as estudadas no presente trabalho, enquanto a massa de água tropical (Corrente do Brasil) é a relativamente mais madura, por ser u'a massa de água velha com variações de menor amplitude e de período mais longo. A massa de água costeira é intermediária entre as duas. 8) Espécies ou fases do ciclo específico que ocupam um alto nível trófico num ecosistema jovem não podem alcançar um nível de independência do ambiente e de eficiência muito altos e portanto ou abandonam a vida planctónica ou não alcançam um nível de eficiência e estabilidade mais altos. 9) Há indícios de que certas espécies toleram concentrações de salinidade inferiores ao ótimo em temperatura baixa e vice-versa salinidade mais alta do que o ótimo favorece a sobrevivência em temperatura mais alta. Esse fato é comparado à relação temperatura/umidade do ar que foi demonstrada para certas espécies terrestres. 10) A tolerância de uma maior amplitude de variação, certos fatores ecológicos como temperatura, salinidade, etc, em condições experimentais por parte de animais planctónicos, pode ser explicada pela existência de competição inter e intraspecífica no ambiente natural, enquanto que no laboratório todos os fatores são mantidos no seu ótimo, afora aquele experimentado. Esse fato é relacionado também com o que tem sido chamado "character displacement" (deslocamento de caracteres). 11) As espécies de medusas da massa de água costeira apresentaram maior número de indivíduos, o que sugere maior produtividade dessa massa de água ou um mais alto nível de maturidade nesse ecosistema.

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Publicado

1963-01-01

Edição

Seção

naodefinido