Durante 1962, em janeiro, abril, julho e outubro, foram feitas coletas em quatro estações oceanográficas, três na região lagunar de Cananéia e uma na região costeira. O objetivo foi o de efetuar um primeiro levantamento do bacterio, fito e zooplâncton, assim como estudar os fatores ecológicos atuantes nos diferentes locais, em diferentes épocas do ano. Amostras foram tomadas durante os períodos de maré alta e baixa, em superfície e profundidade, para determinação do plancton, material em suspensão, salinidade e oxigênio. Pelos resultados obtidos, verificou-se que o "standing stock" diminuiu gradualmente da estação I para a estação IV, mostrando uma correlação inversa com a salinidade. As condições extremamente variáveis da região lagunar constituem um fator seletivo para as diferentes espécies planctônicas. No fitoplâncton foram encontrados: Diatomáceas, Dinoflagelados, Silicoflagelados, Fitoflagelados e Cianofíceas. As Diatomáceas sempre predominaram, exceto na estação I, no mês de abril, quando apareceram os Fitoflagelados em proporções superiores. O máximo de organismos do fitoplâncton foi na estação I, em janeiro, havendo um decréscimo durante os meses de abril e julho e um novo aumento em outubro. O zooplâncton, constituído, predominantemente, por copépodos e estágios larvares, apresentou também Moluscos, Tintinoideos e em pequenas proporções Medusas, Chaetognatos e Cladoceros. O máximo de zooplâncton ocorreu em abril em todas as estações. A quantidade de matéria orgânica em suspensão, apresentou altos índices, nas estações lagunares em comparação com a costeira, isto devido a detritos levados pelos rios que circundam a região, ao plancton e à decomposição in situ da vegetação do mangue. Por outro lado, a matéria em suspensão, a concentração do plancton e as substâncias coloridas provenientes da vegetação do mangue, mostraram bastante influência sobre a transparência e coloração da água, diminuindo a extensão da camada eufótica.
