Condições hidrográficas na plataforma continental ao largo de Ubatuba: variações sazonais e em média escala

Autores

  • Belmiro Mendes de Castro Filho Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico
  • Luiz Bruner de Miranda Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico
  • Sadako Yadoya Miyao Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1679-87591987000200004

Palavras-chave:

Variação sazonal, Variação em média escala, Estrutura termohalina, Vortices frontais, Massas de água, Circulação costeira

Resumo

As características hidrográficas da região ao largo de Ubatuba, pesquisadas em períodos quase-sinoticos de verão (dezembro, 1985) e de inverno (julho, 1986), mostraram padrões distintos de distribuição de massas de água. Dois domínios com características físicas diferentes foram identificados sobre a plataforma continental: um interior e costeiro, e outro exterior, separados por uma zona frontal bem definida pelo campo de temperatura para o inverno. O domínio interior tem, durante o verão, uma estraficaçao de massa em duas camadas, determinada principalmente pelo desenvolvimento da termoclina sazonal nesta época do ano, enquanto que no inverno a estratificaçao dessa região é bem mais homogênea. No verão a camada superficial (profundidades menores do que 20 m) de toda a região é ocupada basicamente pela Água Costeira (AC), que se mistura com a Água Tropical (AT) mais ao largo; nesta época do ano observa-se, na camada subsuperficial, predominância da Água Central do Atlântico Sul (ACAS), cuja mistura vertical com a AC é somente observada nas proximidades da costa. No inverno a ACAS não penetra muito sobre a plataforma continental, e na camada superficial ocorre uma intrusão acentuada de AT no domínio exterior, sendo o domínio interior ocupado principalmente pela AC, a qual interage com a ACAS apenas na zona frontal que delimita a região de ocorrência dessas massas de água. Com base nesses padrões de distribuição de massas de água e do campo de massas, bem como nas condiçoes meteorológicas de região vizinha, é sugerido um modelo de circulaçao cuja dinâmica é controlada pelo vento e pela ação da Corrente do Brasil. Essa ação da Corrente do Brasil sobre o domínio exterior é, provavelmente, responsável pela presença dos vórtices com características de vórtices frontais observados nas duas épocas do ano. Esses vórtices, cuja extensão horizontal nas profundidades de 25 e 50 m e bem definida nas estruturas térmica e halina, tem provavelmente um importante papel na troca de massas de água entre a costa e o talude, contribuindo para o enriquecimento das águas da plataforma continental através dos movimentos ascendentes que ocorrem em seu núcleo.

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Publicado

1987-01-01

Edição

Seção

Artigos