As adversidades da etnografia antropológica no contexto prisional

Autores

  • Italo Barbosa Lima Siqueira Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

etnografía, prisão, covid-19, trabalho de campo

Resumo

O risco de contágio biológico da pandemia do novo coronavírus apresentou desafios imprevistos para o trabalho de campo. Este artigo baseia-se nas reflexões do meu campo etnográfico no sistema penitenciário do Ceará, no Brasil, buscando acessar as relações e os efeitos do crescimento do arquipélago penitenciário. Um dos objetivos é contribuir para estudos comparativos, considerando que cada unidade federativa apresenta diferenças substanciais nos procedimentos administrativos de seu sistema prisional local. O relato foi escrito devido à necessidade de discutir os contextos das prisões, mas, também, refletir sobre a etnografia antropológica e a incerteza sobre a vida e a morte diante de realidades sufocantes.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Italo Barbosa Lima Siqueira, Universidade Federal do Ceará

    Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará. É pesquisador vinculado ao Laboratório de Estudos da Violência (LEV/UFC) e ao Ilhargas - Cidade, Política e Saberes na Amazônia (UFAM).

Referências

AQUINO, Jania. (2010) Príncipes e Castelos de Areia: Performance e Liminaridade no universo dos grandes roubos. PhD Dissertation in Social Anthropology. São Paulo: University of São Paulo

BARREIRA, César. (2008). Cotidiano despedaçado: cenas de uma violência difusa. São Paulo: Edições Pontes.

BIONDI, Karina. (2010). Junto e misturado: uma etnografia do PCC. São Paulo: Editora Terceiro Nome.

BIONDI, Karina. (2018). Proibido roubar na quebrada: território, hierarquia e lei no PCC. São Paulo: Editora Terceiro Nome.

BROWN, Wendy. (2015). Undoing the demos: neoliberalism’s stealth revolution. New York: Zone Books.

BUTLER, Judith. (2004). Precarious life: the powers of mourning and violence. London: Verso.

BUTLER, Judith. (2009). Frames of War: when is life grievable? London: Verso.

CUNHA, Manuela. (2014). “The Ethnography of prisons and penal confinement”. Annual Review of Anthropology, Vol. 43, pp. 217-233, 2014.

DAS, Veena. (2008). Sujetos del dolor, agentes de dignidad. Bogotá: Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.

DAS, Veena. (2020). “Facing Covid-19: my land of neither hope nor despair”. In: DAS, Veena; KHAN, Naveeda. (Eds.). Covid-19 and student-focused concerns: threats and possibilities, (Eds). American Ethnologist website.

DAS. Veena; POOLE, Deborah. (2008). “El estado y sus márgenes. Etnografías comparadas”. Cuadernos de Antropología Social, n.27, pp.19-52.

DAVIS, Angela. Are prisons obsolete?. New York: Seven Stories Press, 2003.

DOUGLAS, Mary. Purity and Danger: an analysis of the concepts of pollution and taboo. New York: Routledge, 2001.

HJALMARSON, Elise; KIDERLIN, Nina; RUUD, Sonja. Ethnography at an impasse? fieldwork reflections during a pandemic. Allegra Lab website, 2020.

NASCIMENTO, Francisco Elionardo de Melo. (2018). “‘A gente já nasce travesti’: o processo de transformações das travestilidades e violências nas narrativas de travestis aprisionadas no Ceará”. Ponto Urbe, 23, pp.1-17.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de. (2016). O nascimento do Brasil e outros ensaios: “pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: Contracapa.

PAIVA, Luiz. (2019). “Aqui não tem gangue, tem facção”: as transformações sociais do crime em Fortaleza, Brasil. Caderno CRH, n..32, vol.85, pp.165-184

VIANNA, Adriana; FARIAS, Juliana. (2011). A guerra das mães: dor e política em situações de violência institucional. Cad. Pagu, Campinas, n. 37, pp.79-116, 2011.

SABAINI, Raphael. (2012). Uma cidade entre presídios: ser agente penitenciário em Itirapina – SP. Master’s thesis in Social Anthropology. São Paulo: University of São Paulo.

STANLEY, Daiana. (2020). People freed from prison during coronavirus may face big risks on the outside. The Conversation website, 2020.

TUNER, Victor. (1974). Dramas, Fields, and Metaphors: symbolic action in human society. Ithaca: Cornell University Press.

Downloads

Publicado

2020-09-17

Edição

Seção

Artigos e Ensaios

Como Citar

As adversidades da etnografia antropológica no contexto prisional. (2020). Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 29(supl), 302-309. https://revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/170474

Dados de financiamento