Nos limites entre o real e o ficcional: A AIDS na obra de Caio Fernando Abreu

Autores

  • Letícia Gonçalves Ozório Silva Universidade Federal da Grande Dourados

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i17p132-145

Palavras-chave:

Literatura, AIDS, Caio Fernando Abreu, autoficção.

Resumo

Na década de 1980, a descoberta do vírus HIV e a epidemia da AIDS causaram grande espanto na população mundial.  Os preconceitos, a exploração midiática e a falta de amparo científico sobre o assunto levaram a literatura brasileira daquela época a se manifestar de forma um tanto retraída. Nesse contexto, surge Caio Fernando Abreu, escritor gaúcho, com textos de caráter intimista que retratavam a doença de forma emocional e chocante, conquistando muitos leitores e marcando a literatura brasileira dessa época. Objetiva-se aqui reconhecer a produção literária intimista de Caio Fernando Abreu como retratista de um momento histórico, usando como base as crônicas “Cartas para além dos muros” (2006) e  o conto “Depois de Agosto” (2011), atentando para o caráter autoficcional da narrativa, e não autobiográfico como costuma ser classificada.

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Publicado

2016-12-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Silva, L. G. O. (2016). Nos limites entre o real e o ficcional: A AIDS na obra de Caio Fernando Abreu. Revista Criação & Crítica, 17, 132-145. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i17p132-145