Roland Barthes, da História ao Haicai

Autores

  • Marcio Renato Pinheiro da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Universidade de Campinas / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i14p60-75

Palavras-chave:

Escrita. Haicai. História. Roland Barthes. Subjetividade.

Resumo

A Preparação do Romance, último curso de Roland Barthes ministrado no Collège de France, promove, em sua primeira parte, um singular apropriação do haicai oriental como forma modelar a partir da qual o ensaísta pretende estruturar sua escrita por vir. Este artigo parte da hipótese segundo a qual, neste processo, Barthes revê as relações entre escrita, história e subjetividade, extremamente recorrentes à sua trajetória intelectual, por um viés bastante distinto de seus primeiros escritos, nos quais a história era a instância privilegiada. Dois aspectos concorrem a isso. Primeiramente, a particularidade mesma do projeto de escrita articulado em A Preparação do Romance, em especial, como nele se delineia uma forma de saber própria à escrita. Em seguida, a maneira como o haicai aí se insere, com ênfase sobre a temporalidade que lhe é subjacente, bastante próxima do Nietzsche da Segunda Consideração Intempestiva.

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Biografia do Autor

  • Marcio Renato Pinheiro da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Universidade de Campinas / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
    Professor de Teoria Literária da UFRN. Atualmente, afastado para Pós-Doutorado na Unicamp/Fapesp.

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Publicado

2015-06-25

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Roland Barthes, da História ao Haicai. (2015). Revista Criação & Crítica, 14, 60-75. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i14p60-75