VISAGENS E ASSOMBRAÇÕES NO RECIFE VELHO: SOBRE O FANTÁSTICO, A ALEGORIA E A HISTÓRIA

Autores

  • João Batista Pereira Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i13p102-112

Palavras-chave:

Literatura fantástica, Alegoria benjaminiana, Gilberto Freyre

Resumo

O presente artigo busca refletir sobre os condicionantes teóricos da literatura fantástica e como a alegoria auxilia em sua compreensão na contemporaneidade. A problematização deste tropo no livro Introdução à literatura fantástica, de Tzvetan Todorov, e a ascensão do recurso alegórico como categoria hermenêutica, antevista na Origem do drama trágico alemão, por Walter Benjamin, permitem vislumbrar o fantástico com maior sentido e amplitude estética. À luz dessa perspectiva, a análise do relato “No riacho da Prata”, de Gilberto Freyre, revelou-se basilar ao restituir importância à história na apreciação daquele gênero literário. Em oposição ao que preconiza Todorov concluímos que, ao atribuir significação às emanações do contexto, não se inviabiliza a recepção do insólito e do sobrenatural contidos no texto, mantendo-se a hesitação do leitor ante a um acontecimento inexplicável quando apreendido pelas leis da realidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • João Batista Pereira, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
    Professor Adjunto do Instituto de Letras da UNILAB e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFC.

Referências

BENJAMIN, Walter. Origem do drama trágico alemão. Lisboa: Assirio & Alvim, 2004.

BURKE, Peter. História como alegoria. In.: Estudos Avançados, São Paulo, v. 9, n. 25, p. 197-212, 1995.

COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê?. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

FREYRE, Gilberto. Assombraçoes do Recife velho. Rio de Janeiro: Record, 1987.

HELENA, Lucia. Totens e tabus da modernidade brasileira. Símbolo e alegoria na obra de Oswald de Andrade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro / CEUFF, 1985.

MERQUIOR, José Guilherme. Arte e sociedade em Marcuse, Adorno e Benjamin. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969.

MOUTINHO, José Geraldo Nogueira. Prefácio. In.: Assombrações do Recife velho. Rio de Janeiro: Record, 1987.

NISKIER, Arnaldo. Branca Dias: o martírio. Rio de Janeiro: Consultor, 2006.

ROUANET, Sérgio Paulo. Édipo e o anjo. Itinerários freudianos em Walter Benjamin. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1981.

TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1975.

Downloads

Publicado

2014-12-12

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Pereira, J. B. (2014). VISAGENS E ASSOMBRAÇÕES NO RECIFE VELHO: SOBRE O FANTÁSTICO, A ALEGORIA E A HISTÓRIA. Revista Criação & Crítica, 13, 102-112. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i13p102-112