Literatura negra: do direito ao sonho

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2018.142676

Palavras-chave:

literatura negra, ensino de literatura, relações étnico-raciais

Resumo

A relação dos diferentes grupos sociais com a literatura e a criação de novas literaturas estão ligadas a fatores sociais dos mais diversos. Este artigo tem como objetivo mostrar como as diversas exclusões às quais a população negra brasileira foi submetida criaram barreiras para que literatura fizesse parte da vida da maioria das crianças e jovens negros brasileiros. Essa realidade faz com que o direito humano à literatura, defendido por Antônio Cândido, seja um sonho um tanto mais distante para essa população. De forma que importa aqui refletirmos sobre trajetória de autores que, em alguma medida, superaram as determinações sociais, assim como refletir caminhos para uma educação que inclua de fato a literatura negra na formação dos jovens leitores para que esses tenham assim mais motivos para sonhar.

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Biografia do Autor

  • Deborah Monteiro, Universidade de São Paulo (USP)
    Cursa mestrado em Educação na Universidade de São Paulo na área de concentração Cultura, Filosofia e História da Educação, com orientação da Profª Dra. Ana Cristina Zimmermann. Sua pesquisa diz respeito à descolonização do currículo de literatura considerando a corporeidade negra. É graduada em Letras (Português/Inglês) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professora de Língua Portuguesa na escola municipal CEU EMEF Profº Dr. Paulo Gomes Cardim da DRE Itaquera. Durante a graduação, desenvolveu Iniciação Científica intitulada Culturas Juvenis e Letramento Escolar: um diálogo Possível?, sob orientação da Prof Drª Jacqueline Peixoto Barbosa. Desde 2011, trabalha como professora de Língua Portuguesa na Prefeitura de São Paulo, tendo atuado como Professora Orientadora de Sala de Leitura entre 2011 e 2013, lecionando em todas as etapas e séries do Ensino Fundamental. Em meados de 2014, Deborah foi convidada a trabalhar como Formadora na equipe DIPED da Diretoria de Ensino da Penha, onde atuou elaborando e regendo formações para docentes e coordenadores, debatendo políticas públicas educacionais e orientando Grupos de Trabalho como o GTP Educação para as Relações Étnico-raciais da Região da Penha. Atualmente, retornou para a unidade escolar em que leciona Língua Portuguesa para os 8ºs e 9ºs anos.

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Publicado

2018-06-30

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Dossiê: Cânone e silêncios: o (não) lugar das minorias na Literatura (ARTIGOS)

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