A PARTITURA DO ORPHEU: O LUGAR DE "A CENA DO ÓDIO", DE ALMADA NEGREIROS
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v7i14p111-124Palavras-chave:
Almada Negreiros, Orpheu, modernismo português, ode.Resumo
Variados trabalhos críticos têm acentuado o que se poderia chamar de "orquestração" dos textos da revista Orpheu (1915), ou seja, não só o estabelecimento dos lugares específicos e propositadamente escolhidos da colaboração de cada poeta na distribuição interna de cada número da revista, mas também certas relações paralelísticas entre os diferentes textos e autores de um número para outro. Para além de uma simples reunião de colaboração poética de certas afinidades eletivas, o Orpheu, no que respeitava à sua organização interna, parece mesmo ter sido cuidadosamente elaborada pelos seus idealizadores. Considerando que o terceiro número da revista, mesmo que não tenha vindo a público, também foi organizado para publicação, este trabalho tem por objetivo analisar o lugar de "A cena do ódio", de Almada Negreiros, na referida orquestração da aventura órphica, sobretudo no que se refere à observação das relações que o poema estabelece com os outros grandes poemas ditos revolucionários que pontuaram a publicação (a "Ode triunfal" em Orpheu 1, o "Manicure" e a "Ode marítima" em Orpheu 2).Downloads
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