A tarefa da transvaloração: esclarecimentos a partir da correspondência de Nietzsche em 1888

Autores

  • Luís Rubira Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2018.150914

Palavras-chave:

Nietzsche, Transvaloração, Tarefa, Projeto, Correspondência

Resumo

Partindo para Sils-Maria em 6 de junho de 1888, Nietzsche somente encontra forças para retomar plenamente sua atividade intelectual no final do verão no qual sua saúde “‘foi por água abaixo’ [‘ins Wasser gefallen’]” (Carta a Meta von Salis, 22 de agosto de 1888, KSB 8.397). Após concluir o Crepúsculo dos Ídolos entre o final de agosto e o início de setembro, ele então toma coragem para empreender a “tremenda tarefa da transvaloração [Aufgabe der Umwerthung]”, esboça o projeto dessa tarefa em quatro livros e redige no dia 3 de setembro o prefácio de O Anticristo. Movimentos vertiginosos que implicam numa mudança de rumo em sua filosofia, embora possam ser percebidos em sequência lógica e cronológica tanto em suas anotações de setembro quanto mais tarde em Ecce Homo, eles apenas ganham clareza no epistolário nietzschiano. Com base nele, buscaremos mostrar que embora restem dúvidas sobre o motivo que conduz o filósofo a partir de 20 de novembro a considerar O Anticristo como a obra da transvaloração (abandonando a redação dos demais livros do projeto inicial), a tarefa da transvaloração ‒ iniciada nas proximidades do lago de Silvaplana — é indissociável do pensamento do eterno retorno do mesmo.

Palavras-chave
Nietzsche; Transvaloração; Tarefa; Projeto; Correspondência.

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Publicado

2018-10-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Rubira, L. (2018). A tarefa da transvaloração: esclarecimentos a partir da correspondência de Nietzsche em 1888. Discurso, 48(2), 135-154. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2018.150914