As Confissões como elogio do diálogo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2019.159272Palavras-chave:
Agostinho, Confissões, Diálogo, Narrativa, ExegeseResumo
O artigo é a primeira parte de um trabalho que propõe ler as Confissões como um diálogo, no conteúdo e na forma. Um diálogo pretendido (e falhado) com Deus, e também um diálogo segundo sua forma de composição. O prólogo geral da obra será apresentado como lugar de formulação de impasses teóricos, que darão unidade à investigação desenvolvida no conjunto dos treze livros. A elaboração dos impasses, já no prólogo, dependerá do uso e da crítica de modelos consagrados. Ao manejar e se distanciar de modelos retóricos e religiosos, o Autor transforma sua prece inaugural, aparentemente tradicional, em exórdio a um diálogo ainda não constituído. Ali ele disporá uma alternativa, com diretrizes cuja realização dependerá das seções autobiográfica e exegética da obra.
Downloads
Referências
Agostinho (2018). Confissões. Tradução e prefácio de Lorenzo Mammì. 2a ed., São Paulo: Penguin Classics & Companhia das Letras.
Auerbach, E. (2012). Ensaios de literatura ocidental: filologia e crítica (org. D. Arrigucci Jr. e S. Titan Jr.; tradução S. Titan Jr. e J. M. Mariani de Macedo). São Paulo: Duas cidades e Editora 34.
Bailey, C. (1969). Religion in Virgil, New York: Barnes and Noble.
Bermon, E. (2001). Le cogito dans la pensée de saint Augustin. Paris: J. Vrin.
Bermon, E. (2018). Les apories des confessions augustiniennes. Texto inédito. Conferência apresen- tada em 10 de abril de 2018 na Universidade Federal do ABC.
Binns, J. W. (1974). (ed.) Latin Literature of the Fourth Century, London and Boston: Routledge & Kegan Paul.
Brown, P. (2005). Santo Agostinho, uma biografia. Rio de Janeiro e São Paulo: Record.
Comparetti, D. (1966). Vergil in the Middle Ages. London: George Allen and Unwin.
Courcelle, P. (1952). “Source chrétienne et allusions païennes de l’épisode du ‘Tolle lege’.” In: Revue d’histoire et de philosophie religieuse 32, pp. 171-200.
Courcelle, P. (1963). Les Confessions de saint Augustin dans la tradition littéraire. Antécédents et Postérité. Paris: Études Augustiniennes.
DiLorenzo, R. (1983). “Non pie quaerunt: Rhetoric, Dialectic, and the Discovery of the True in Augustine’s Confessions.” In: Augustinian Studies 14, pp. 117-127.
Goldschmidt, V. (1947). Les dialogues de Platon. Structure et méthode dialectique. Paris: Presses Universitaires.
Herzog, R. (1984). “Non in sua voce: Augustins Gespräch mit Gott in den Confessiones – Voraussetzungen und Folgen” In: Poetik und Hermeneutik 11, pp. 213-250.
Hickson, F. (1993). Roman prayer language: Livy and the Aneid [sic] of Vergil (Beiträge zur Al- tertumskunde, 30). Stuttgart: Teubner.
Maguinness, W. (1933). “Locutions and Formulae of the Latin Panegyrists” In: Hermathena 48, pp. 117-138.
Mohrmann, Chr. (1955). “Problèmes stylistiques dans la littérature latine chrétienne.” In: Vigiliae Christianae 9, pp. 222-246.
Rees, R. (2004). (ed.) Romane Memento: Vergil in the Fourth Century, London: Duckworth. Rodgers, B. (1986). “Divine Insinuation in the Panegyrici Latini.” In: Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte 35, pp. 69-104.
Rüpke, J. (2007). (ed.) A Companion to Roman Religion. Oxford: Blackwell.
Sandnes, K. (2011). The Gospel ‘According to Homer and Virgil’: Cento and Canon. Leiden and Boston: Brill.
Scheid, J. (2011). Quand faire, c’est croire: les rites sacrificiels des Romains. Paris: Aubier, Flammarion. Wieland, W. (1982). Platon und die Formen des Wissens, Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
O trabalho da Discurso foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Os autores aqui publicados mantém os direitos sobre seus artigos
De acordo com os termos seguintes:
-
Atribuição [BY] — Deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
-
NãoComercial [NC] — É proibido o uso deste material para fins comerciais.
-
CompartilhaIgual [SA] — Caso haja remixagem, transformação ou criação a partir do material, é necessário distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.