Violência em favelas e saúde

Autores

  • Ana Lydia Sawaya Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Fisiologia, Disciplina de Fisiologia da Nutrição
  • Maria Paula de Albuquerque Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Avançados
  • Semíramis Martins Álvares Domene Universidade Federal de São Paulo. Instituto Saúde e Sociedade

DOI:

https://doi.org/10.5935/0103-4014.20180041

Palavras-chave:

Favelas, Violência, Saúde, Efeitos da vizinhança, Assistência em saúde, Território, Pobreza

Resumo

O tráfico de drogas tornou-se o principal fator para a crescente escalada da violência e um dos maiores obstáculos para o sucesso dos serviços públicos de saúde nas favelas. O Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo como o país com mais anos de vida perdidos pela violência. As favelas brasileiras surgiram nas colinas do Rio de Janeiro no início do século XX e foram construídas por ex-escravos. Nas últimas décadas, a velocidade de seu crescimento se intensificou. Entre 2000 e 2010, o crescimento de favelas foi doze vezes maior que o aumento anual das famílias brasileiras. O número de pessoas vivendo nessas condições (61% afro-brasileiras) aumentou de 6,5 milhões em 2000 para mais de 14 milhões em 2010. São Paulo abriga 27% de todas as favelas no Brasil. Desde a década de 2000, essas comunidades foram ocupadas por trabalhadores pobres (65% com permissão de trabalho) que não têm renda suficiente para pagar o aluguel. Aproximadamente dois milhões de pessoas residem nas favelas de São Paulo. Esses territórios têm a maior prevalência de subnutrição entre as crianças causada por moradia insalubre e a maior prevalência de obesidade em adultos causada pelo consumo de alimentos ultraprocessados de baixo custo. A coexistência dessas duas doenças representa uma carga dupla para a intervenção na saúde e aumenta consideravelmente o custo de implementação de políticas públicas. Este artigo apresenta evidências de que a violência está aumentando os efeitos negativos da vizinhança nas favelas brasileiras, condição que implica intervenções mais complexas e específicas, direcionadas para esses territórios.

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Biografia do Autor

  • Ana Lydia Sawaya, Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Fisiologia, Disciplina de Fisiologia da Nutrição

    é bióloga e professora do Departamento de Fisiologia, Disciplina de Fisiologia da Nutrição da Universidade Federal de São Paulo. Coordenadora do grupo de pesquisa Nutrição e Pobreza do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP)

  • Maria Paula de Albuquerque, Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Avançados

    e é médica nutróloga e diretora clínica do Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN)/Unifesp. Membro do grupo de pesquisa Nutrição e Pobreza do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP)

  • Semíramis Martins Álvares Domene, Universidade Federal de São Paulo. Instituto Saúde e Sociedade

    é nutricionista e professora no curso de Nutrição, Departamento de Políticas Públicas e Saúde Coletiva, Instituto Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo. Membro do grupo de pesquisa Nutrição e Pobreza do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP)

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Publicado

2018-12-12

Edição

Seção

Vida urbana e saúde

Como Citar

Sawaya, A. L., Albuquerque, M. P. de, & Domene, S. M. Álvares. (2018). Violência em favelas e saúde. Estudos Avançados, 32(93), 243-250. https://doi.org/10.5935/0103-4014.20180041