Em busca do centro democrático-progressista: o liberalismo agonístico de Max Weber
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2020.34100.020Palavras-chave:
Max Weber, Liberalismo, Liberalismo social, Democracia, Pluralismo, ConflitoResumo
Qual o liberalismo de Weber? Após a crítica de algumas das interpretações vigente no Brasil, argumenta-se que o liberalismo ético-agonístico de Weber é de natureza multidimensional e desdobra-se tanto no plano existencial quanto no plano coletivo do social e do político. Partindo do fato de que a cultura moderna é marcada pelo pluralismo e pelo conflito de valores, Weber apregoa um liberalismo social que defende a livre-organização dos grupos sociais e um liberalismo político-institucional no qual Estado e capitalismo, por um lado, e o conjunto das instituições políticas, por outro, operam em tensão permanente, bem como atuam como um sistema de pesos e contrapesos que visa manter aberto o espaço da luta pela liberdade.
Downloads
Referências
BAUMGARTEN, E. Max Weber: Werk und Person. Tübingen: Mohr Siebeck, 1964.
BELLAMY, R. Liberalismo e sociedade moderna. São Paulo: Editora Unesp, 1994.
BEETHAM, D. Max Weber and the Theory of Modern Politics. London: George Allen & Unwid, 1974.
COHN, G. Crítica e resignação. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
_______. Soberania e responsabilidade: Weber sobre Parlamento e Governo. In: Weber, Frankfurt: teoria e pensamento social 1. Rio de Janeiro: Azougue, 2016. p.143-58.
FLEISCHMANN, E. De Weber à Nietzsche. European Journal of Sociology. Archives Européennes de Sociologie. Europäisches Archiv Für Soziologie, v.5, n.2, p.190-238, 1964.
GADAMER, H. G. Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
GIDDENS, A. Política, sociologia e teoria social. São Paulo: Unesp, 1988.
HABERMAS, J. Legitimationsproblem im Spätkapitalismus. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, 1973.
_______. Theorie des kommunikativen Handelns. Zur Kritik der funktionalistischen Vernunft. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, 1981.
HENNIS, W. Max Webers Fragestellung. Studien zur Biographie des Werks. Tübingen: Mohr Siebeck, 1987.
HÜBINGER, G. Engagierte Beobachter der Moderne. Von Max Weber bis Ralf Dahrendorf. Düsseldorf: Wallstein, 2016.
_______. Max Weber: Stationen und Impulse einer intellektuellen Biographie. Tübingen: Mohr Siebeck, 2019.
KIM, S. H. Max Weber’s Politics of Civil Society. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
LALLEMENT, M. Tensions majeures. Max Weber, l’économie, l’érotisme. Paris: Gallimard, 2013.
LASSMAN, P. Political Theory in an Age of Disenchantment: The Problem of Value Pluralism: Weber, Berlin, Rawls. Max Weber Studies, v.4, n.2, p.251-69, 2004.
LEPSIUS, M. R. Demokratie in Deutschland. Tübingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1993.
LÖWEINSTEIN, K. Max Weber als “Ahnherr” des plebiszitären Führerstaats. Kölner Zeitschrift für Soziologie und Sozialpsychologie, v.13-2, p.274-89, 1961.
LÖWY, M. A jaula de aço: Max Weber e o marxismo weberiano. São Paulo: Boitempo, 2013.
LÜBBE, W. Legitimität kraft Legalität: Sinnverstehen und Institutionenanalyse bei Max Weber und seinen Kritikern. Tübingen: Mohr Siebeck, 1991.
LUHMANN, N. Legitimation durch Verfahren. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, 1969.
_______. Geschichte und Klassenbewusstsein. Berlin: Hermann Lichterland, 1968. v.2, p.161-518.
MARCUSE, H. Industrialisierung und Kapitalismus. In: STAMMER, O. (Org.) Max Weber und die Soziologie heute: Verhandlungen des 15. Deutschen Soziologentages in Heidelberg 1964. Tübingen: Mohr Siebeck, 1965. p.161-80.
MATA, S. da. Morto há cem anos, Weber ensina que radicalismo é falência da política. Folha de S.Paulo, Ilustríssima, 4 de julho de 2020.
MAYER, J. P. Max Weber e a política alemã. Brasília: Editora da UnB, 1985.
MERQUIOR, J. G. O Liberalismo: antigo e moderno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
MOMMSEN, W. J. Max Weber und die deutsche Politik 1890–1920. 2.ed. Tübingen: Mohr Siebeck, 1974.
_______. Max Weber. Gesellschaft, Politik und Geschichte. Frankfurt: Suhrkamp, 1982.
MOMMSEN, W. J.; SCHWEINKTER, W. (Org.) Max Weber und seine Zeitgenossen. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1988. p.682-702.
PALONEN, K. Max Webers Reconceptualization of Freedom. Political Theory, v.27, p.523-544, 1999.
_______. Was Max Weber a ‘Nationalist’. A Study in the Rhetoric of Conceptual Change. Max Weber Studies, v.1, p.196-213, 2001.
PIERUCCI, A. F. O sexo como salvação neste mundo. In: VIII JORNADAS SOBRE ALTERNATIVAS RELIGIOSAS NA AMÉRICA LATINA, 1999, São Paulo. O futuro da religiosidade latino-americana. São Paulo, Centro Universitário Maria Antônia/USP, 1999. p.42.
ROTH, G. Max Weber: family history, economic policy, exchange reform. Soc. estado., Brasília, v.17, n.1, p.64-78, June 2002.
SCHLUCHTER, W. Die Entstehung des modernen Rationalismus: Eine Analyse von Max Webers Entwicklungsgeschichte des Okzidents. Frankfurt a.M: Suhrkamp, 1988.
_______. Zeitgemässe Unzeitgemässe. Von Friedrich Nietzsche über Georg Himmel zu Max Weber. In: Unversöhnte Moderne. Frankfurt am.M: Suhrkamp, 1996. p.144-65.
_______. Werturteilsfreiheit und Wertdiskussion: Max Weber zwischen Immanuel Kant und Heinrich Sickert. In: Handlung, Ordnung und Kultur. Tübingen: Mohr Siebeck, 2005. p.86-107.
_______. Max Weber acerca da ciência e da política como vocações. In: _______. Paradoxo da modernidade: cultura e conduta na teoria de Max Weber. São Paulo, Editora Unesp, 2012.
SCHMIDT, C. Legalität und Legitimität. München: Duncker & Humblot, 1932.
SELL, C. E. Democracia com liderança: Max Weber e o conceito de democracia plebiscitária. Rev. Bras. Ciênc. Polít., Brasília, n.5, p.139-66, July 2011.
_______. Max Weber e a racionalização da vida. Petrópolis: Vozes, 2013.
STRAUSS, L. Natural Right and History. Chicago; London: The University of Chicago Press, 1953.
TRAGTENBERG, M. Burocracia e ideologia. 2.ed. São Paulo: Ática, 1992.
VANDENBERGUE, F. Uma história filosófica da sociologia alemã. Alienação e reificação. Rio de Janeiro: Annablume, 2012.
VOEGELIN, E. Die Grosse Max Webers. München: Fink, 1995.
WEBER, M. Asketischer Protestantismus und Kapitalismus. Schriften und Reden 1904–1911. Org. Wolfgang Schluchter e Ursula Bube. Tübingen: Mohr Siebeck, 2014. (MWG, I/9)
WEBER, M. Zur Russischen Revolution von 1905. Schriften und Reden 1905–1912. Org. Wolfgang J. Mommsen e Dittmar Dahlmann. Tübingen: Mohr Siebeck, 1989. (MWG I/10).
_______. Zur Politik im Weltkrieg. Schriften und Reden 1914–1918. Org. Wolfgang J. Mommsen e Gangolf Hübinger. Tübingen: Mohr Siebeck, 1984. (MWGI/15)
_______. Zur Neuordnung Deutschlands. Schriften und Reden 1918–1920. Org. Wolfgang J. Mommsen e Wolfgang Schwentker. Tübingen: Mohr Siebeck, 1988. (MWG I/16)
_______. Wissenschaft als Beruf 1917/1919 / Politik als Beruf 1919. Org. Wolfgang J. Mommsen, Wolfgang Schluchter e Birgitt Morgenbrod. Tübingen: Mohr Siebeck, 1992. (MWG I/17)
WEISS, J. On the Irreversibility of Western Rationalization and Max Weber’s Alleged Fatalism. In: LASH, S.; WHIMSTER, S. Max Weber, rationality and modernity. London: Allen & Unwin, 1987. p.154-63.
WIGGERSHAUS, R. Die Frankfurter Schule. Geschichte, Theoretische Entwicklung, Politische Bedeutung. DTV, München 1988.
WINCKELMANN J. Legitimität und Legalität in Max Webers Herrschaftssoziologie. Tübingen: Mohr Siebeck, 1952.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Carlos Eduardo Sell
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Estudos Avançados não celebra contrato de cessão de direitos autorais com seus colaboradores, razão pela qual não detém os direitos autorais dos artigos publicados. Os interessados em reproduzir artigos publicados na revista devem necessariamente obter o consentimento do autor e atribuir devidamente os créditos ao periódico.