Freud e a fisiologia

Autores

  • Erasmo Garcia Mendes Universidade de São Paulo; Instituto de Biociências

Resumo

A experiência de Freud no início de sua carreira em Viena, no campo da ciência empírica, é revista e admitida como ainda relevante nos anos em que a psicanálise foi desenvolvida. Freud foi sucessivamente zoólogo (com Claus), fisiologista (com Brücke) e psicólogo (com Meynert) antes de criar a psicanálise. Por isso, teria pressentido que o avanço das neurociências e da terapia por drogas poderia conflitar com a sua terapia pela fala. A compatibilidade entre a psicanálise e as neurociências, tal como defendida por Mezan, é reconhecida em termos dos objetivos específicos de cada uma. Exemplos do empenho em explicar mecanicamente a mente são evocados, bem como a recente revalorização da concepção do inconsciente cognitivo. A posição de Freud com relação à filosofia é brevemente abordada, com menção de sua visão quanto ao positivismo. Frustrações de Freud - as chances perdidas de conceber o neurônio e de indicar o uso da cocaina - são recordadas. Em que pese a teorização implicada na psico-análise, Freud teria se mantido residualmente um cientista natural, como se proclamou um dia.

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Publicado

1996-08-01

Edição

Seção

Textos

Como Citar

Mendes, E. G. (1996). Freud e a fisiologia . Estudos Avançados, 10(27), 79-93. https://revistas.usp.br/eav/article/view/8936