Os coletivos da Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2020.3499.002Palavras-chave:
Pandemia, Covid-19, Imunidade de rebanho, Cloroquina, Redes sociaisResumo
Ao estudar um fenômeno que atinge a população de diversos continentes, cuidamos de coletivo de pessoas. A pandemia que assola a humanidade é pouco conhecida. Buscando entendê-la, aparecem outros coletivos no discurso: coletivo do pensamento, aglomeração, rede, teste, UTI, rebanho, comboio. Na análise desses coletivos, buscamos elucidar controvérsias. Na formulação de políticas inovadoras em saúde, aproveitamos textos próprios, de análise de epidemias anteriores. Pelo limitado conhecimento da História Natural da Covid-19, têm relevância os “procedimentos não farmacológicos”, ligados ao comportamento das pessoas. Não bastasse o rigor da invasão epidêmica do virus, sofremos uma invasão léxica inédita: achatamento de curvas, distanciamento social e etiqueta respiratória. Principais controvérsias: a disputa pela cloroquina, com populistas em ação e o equivocado uso da Herd Immunity como objetivo a alcançar, e milhões de óbitos.
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