Alocação de tempo em trabalho pelas mulheres brasileiras

Autores

  • Vivian dos Santos Queiroz Universidade Federal do Rio Grande do Sul Autor
  • Jorge Alberto Orellana Aragón Universidade Federal do Rio Grande do Sul Autor

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-416145484vqj

Palavras-chave:

Oferta de trabalho feminina, Horas de trabalho, Família, Modelo heckit, Modelo double hurdle

Resumo

Este trabalho investigou alocação de horas de trabalho pelas mulheres na força de trabalho brasileira usando dados da PNAD de 2011 e modelos heckit e double hurdle. Os resultados mais importantes indicam que a participação e horas trabalhadas se reduzem com a idade, enquanto que menor instrução desfavorece a inserção na força de trabalho. A condição de chefe de família e casada aumentam a probabilidade de trabalho, enquanto que a condição de casada e com filhos menores reduz essa chance e diminui as horas trabalhadas. A queda da renda do esposo favorece a entrada da mulher na força de trabalho com intuito de complementar renda domiciliar. Por fim, a elevação do investimento em educação, aumento da oferta de trabalhos com jornadas mais flexíveis e ampliação do suporte nos cuidados das crianças na primeira infância podem contribuir para a entrada das mulheres no mercado de trabalho e aumento do bem-estar.   

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

AGUIAR, M.; HURST, E. Measuring Trends in Leisure: The Allocation of Time over Five Decades.

The Quarterly Journal of Economics, n.122, p. 969-1006, 2007.

BECKER, G. A treatise on the family. Harvard University Press, 1991.

BIRCH, ELISA-ROSE. Studies of the labour supply of Australian women: what have we learned? The Economic Record, v. 81, n. 252, mar, p. 65–84, 2005.

BORJAS, G. J. Labor Economics. New York: The McGraw-Hill Companies, 1996.

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, 20 dez. 1996.

CAMERON, A. C.; TRIVEDI, P. K. Microeconometrics: methods and applications. Cambridge University Press, 2005.

COSTA, J. Determinantes da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, 2007.

CIRINO, J. F.; LIMA, J. E. Determinantes da Participação Feminina no Mercado de Trabalho: uma Comparação entre os Sexos e entre os Mercados das Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte e Salvador. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 42, n. 1, 2011.

FONTOURA, N. O.; GONZALEZ, R. Aumento da participação feminina no mercado de trabalho:

mudança ou reprodução da desigualdade? In: Mercado de Trabalho, n.41, 2009.

GONZAGA, G.; MACHADO, A. F.; MACHADO, D. C. Horas de trabalho: efeitos idade, período e

coorte. Texto para Discussão, Rio de Janeiro: Departamento de Economia PUC-Rio, n. 473, 2003.

CRAGG, J. Some Statistical Models for Limited Dependent Variables with Application to the Demand for Durable Goods. Econometrica, v. 39, n. 5, p. 829-844, 1971.

GRONAU, R. Leisure, Home Production and Work:The Theory of the Allocation of Time Revisited. Journal of Political Economy, n. 85, p. 1099–123, 1977.

HECKMAN, J. Effects of Childcare Programs on Women’s Work Effort. Journal of Political Economy, n. 82, p.136–136, 1974.

HECKMAN, J. Sample Selection Bias as a Specification Error. Econometrica, n. 47, 153–161, 1979.

HOFFMANN, R.; LEONE, E. T. Participação da Mulher no Mercado de Trabalho e Desigualdade da Renda Domiciliar per Capita no Brasil: 1981-2002. Nova Economia, vol. 14, n. 2, p.35-58, 2004.

ILO (International Labor Organization). Key Indicators of the labour Market, 7th Edition, 2012.

KREPS, J. Sex in the market place: American women at work. Baltimore: The John Hopkins University, 1971.

KREPS, J.; CLARK, R. Sex, age and work: the changing composition of the labor force. Baltimore: The Johns Hopkins University, 1975.

LEME, M.; WAJNMAN, S. Efeitos do período, coorte e ciclo de vida na participação feminina no

mercado de trabalho brasileiro. In: Anais do XXI Encontro Brasileiro de Econometria (SBE),

Belém, 1999.

MADDALA, G. S. Models with self-selection. In: Limited-dependent and qualitative variables in

Econometrics. Econometric Society Monographs. Cambridge: Cambridge University Press, 1983.

MARTINS, M. F. O. Parametric and semiparametric Estimation of sample selection Models: An Empirical Application to the female labour force in Portugal. Journal of Applied Econometrics, n.6, p.23–39, 2001.

MESQUITA, S. P.; SAMPAIO, L. M. B.; RAMALHO, H. M. B. Fatores Determinantes da Alocação

de Tempo em Trabalho Não-Agrícola por Famílias do Projeto Dom Helder Câmara. Revista

Econômica do Nordeste. v. 43, n. 1, jan/mar, 2012.

MINCER, J. Labor force participation of married women: a study of labor supply. In: Aspects of Labor Economics, Princeton: National Bureau of Economic Research, 1962.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Projeções atuariais para o regime geral de previdência

social – RGPS. Secretaria de Políticas de Previdência Social. Brasília (DF), abril, 2011.

MROZ, T. The Sensitivity of an Empirical Model of Married Women’s Hours of Work to Economic and

Statistical Assumptions. Econometrica, n. 55, p.765–99, 1987.

MULLIGAN, C. B.; RUBINSTEIN, Y. Selection, investment, and women’s relative wages over time. The Quarterly Journal of Economics, August, 2008.

RAMOS, L.; SOARES, A. L. Participação da Mulher na Força de Trabalho e Pobreza no Brasil. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 15, n. 3(59), p. 84-96, jul-set., 1995.

RAMOS, L.; AGUAS, M. F. F.; FURTADO, L. M. de S. Participação feminina na força de trabalho

metropolitano: o papel do status socioeconômico das famílias. Economia Aplicada, v.15, n. 4,

p. 595-611, 2011.

SCORZAFAVE, L. G.; MENEZES-FILHO, N. A. Participação feminina no mercado de trabalho brasileiro: Evolução e determinantes. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 31, n. 3, p. 441–478, 2001.

SCHMITT, C.; RIBEIRO, E. P. Participação feminina no mercado de trabalho e o efeito trabalhador

adicional e Porto Alegre. Ensaios Fundação Economia e Estatística – FEE, v. 25, n.1, p. 145-

, abr., 2004.

SEDLACEK, G. L.; SANTOS, E. C. A mulher cônjuge no Mercado de Trabalho como Estratégia de

Geração de Renda Familiar. Texto para Discussão Nº 209, Rio de Janeiro: IPEA, 1991.

PSACHAROPOULOS, G.; TZANNATOS, Z. Women’s employment and pay in Latin America: overview and methodology. The World Bank, Washington, 1992.

WAJNMAN, S.; RIOS-NETO, E. Quantas serão as mulheres: cenários para a atividade feminina. In: ROCHA, M. I. B. (Coord.). Trabalho e gênero: mudanças, permanências e desafios. ABEP,

NEPO/UNICAMP e CEDEPLAR/UFMG, Editora 34, 2000.

Downloads

Publicado

01-12-2015

Edição

Seção

Artigo