Notas em torno de retratos de criança

Autores

  • Rogério Fernandes Rede de Investigadores em História e Museologia da Infância e da Educação

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1517-97022000000100007

Palavras-chave:

Infância, Criança, Literatura portuguesa

Resumo

Ao destacar o caráter polissémico da palavra criança, o artigo questiona tal polissemia para tempos pretéritos. Afirma que o vocábulo foi muitas vezes substituído por outros, com o intuito de designar com mais propriedade as fases de desenvolvimento infantil e problematiza com isto o estudo clássico de Philippe Ariès acerca do sentimento de infância na Idade Média. As análises partem de uma releitura da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes e rastrea no texto do cronista as palavras usadas para significar criança na acepção que hoje se dá ao termo. O propósito foi o de efetuar sondagem em uma das obras desse grande criador da língua portuguesa no período considerado. A essa fonte acrescentam-se algumas páginas da literatura que focaliza a criança em diferentes situações, cuja análise permitiu reconstruir as diversas representações de crianças, as quais, por sua vez, depõem sobre traços significativos da mentalidade pedagógica, em Portugal, quanto ao modo de conceber a infância. Conclui pela necessidade de compreender o termo infância em seu plural, pois assinala a variedade de perfis que essa categoria histórica, social e psicológica comporta; e alerta para o facto de que é preciso recordar que os retratos de crianças não provêm diretamente de crianças, mas foram produzidos por aqueles que já não eram meninos.

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Publicado

2000-01-01

Edição

Seção

Em Foco: A Infância na História

Como Citar

Notas em torno de retratos de criança . (2000). Educação E Pesquisa, 26(1), 87-97. https://doi.org/10.1590/S1517-97022000000100007