Sala de aula e teceduras subjetivas

Autores

  • Vera Lúcia Blum Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1517-97022008000300009

Palavras-chave:

Inconsciente, Grupo de suposto básico, Identificação projetiva, Terceira voz

Resumo

O propósito deste artigo é pensar a tarefa docente tendo como foco as vicissitudes a que a relação docente-discente está submetida e as quais desviam alunos e professores dos ideais de ordem e de harmonia. Com o objetivo de analisar os fluxos intersubjetivos em sala de aula, abordam-se aspectos da psicodinâmica grupal com o uso das noções psicanalíticas de grupo de suposto básico e de identificação projetiva. Com esse procedimento, pretende-se ao mesmo tempo sondar até que ponto noções eficazes na clínica psicanalítica podem ser úteis para analisar e elaborar situações pertencentes ao campo da Educação, em particular, à sala de aula concebida aqui como espaço de produção de intercorrências psíquicas. Procura-se pensar o espaço intersubjetivo segundo uma lógica que considere a criação de uma terceiridade no ensinar e aprender. Introduz-se a noção de "terceira voz" (Ogden) para indicar a criação e recriação do outro intersubjetivo, que faz da atividade docente uma experiência geradora de turbulência emocional com efeitos diversos nas constituições subjetivas. O enrijecimento identitário, com o concomitante desdém e intolerância à diferença, pode ser uma forma de reagir àquilo que escapa ao controle e à previsibilidade e que enfraquece desse modo os movimentos transformacionais implicados no processo de aprendizagem.

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Publicado

2008-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Sala de aula e teceduras subjetivas . (2008). Educação E Pesquisa, 34(3), 545-556. https://doi.org/10.1590/S1517-97022008000300009