Oportunidades de autorregulação em contexto pré-escolar
percepções e práticas de educadores de infância
DOI:
https://doi.org/10.1590/s1678-4634201945189254Palavras-chave:
Autorregulação, Educação pré-escolar, Estratégias pedagógicas, Educadores de infânciaResumo
Conhecendo as competências das crianças para autorregular as tarefas cotidianas e seguindo uma perspetiva sociocognitiva, procuramos compreender as percepções de educadores de infância sobre a promoção da autorregulação de tarefas. Pretendíamos também conhecer as práticas educativas que promovem oportunidades para as crianças autorregularem tarefas na educação pré-escolar. Realizamos um estudo de casos múltiplos com quatro contextos ao longo de seis meses, entrevistando as educadoras e observando as práticas com os seus grupos de crianças. Nas entrevistas, o aspecto mais destacado pelas educadoras refere que é preciso respeitar o desenvolvimento individual, sendo também necessário potenciá-lo. Nas observações sistemáticas, identificamos 739 indicadores de autorregulação que avaliamos em quatro dimensões: controle emocional e comportamental, controle cognitivo, atitudes prossociais e motivação para a autorregulação. Os resultados permitiram relacionar as dimensões de autorregulação com o discurso das educadoras e as oportunidades observadas nos contextos. As oportunidades que remetiam para o controle emocional e comportamental e o controle cognitivo foram as mais expressivas, no geral, e as de motivação para a autorregulação estiveram em maior número, mas só num contexto. A investigação permite refletir sobre a intencionalidade pedagógica num ambiente onde (quase) tudo é brincar, mas também sublinha a pertinência de desenvolver a autonomia das crianças na educação pré-escolar em graus de liberdade cada vez maiores. Nas implicações do estudo, refere-se que é preciso apoiar os educadores nas suas práticas para que criem oportunidades nos contextos que permitam às crianças deter o papel ativo na construção do conhecimento.
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