A identidade latino-americana em Cem Anos de Solidão (1967), de Gabriel García Márquez

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v3i3p157-170

Palavras-chave:

Gabriel García Márquez, Identidade latino-americana, Cem anos de solidão, História

Resumo

O artigo aborda o tema da identidade latino-americana no romance Cem anos de solidão (1967) de Gabriel García Márquez (1928-2014). A análise parte da ideia de que é possível utilizar uma fonte literária como documento para o historiador, ampliando o diálogo da História com a Literatura. A posição política de García Márquez, tendo como cenário a América Latina pós Revolução Cubana (1959), e sua proximidade ao governo e ideias de Fidel Castro, influem na proposta identitária construída pelo autor no romance, em concordância com o pensamento anti-imperialista de sua geração. Para García Márquez, a América Latina constitui sua identidade através da comum exploração e submissão que seus países enfrentaram diante das políticas intervencionistas estadunidenses, materializadas no romance através da empresa Companhia Bananeira, inspirada na United Fruit Company, símbolo da intervenção estadunidense, bem como da repressão aos trabalhadores locais e às ideias socialistas, recorte central deste artigo.


Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Bruna Ferreira da Silva, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP)
    Estudante de História (Bacharelado e Licenciatura) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), com iniciação científica realizada na área de História da América, subárea, História da América Latina.

Referências

AGGIO, A.; PINHEIRO, M. S. Os intelectuais e as representações da identidade latin-americana. In: Dimensões, vol 29. Franca: Revista do Programa de Pós-graduação da Universidade Estadual Paulista/ Unesp, 2012. Disponível em: http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/5396.

CARBÓ, E. P. La Novela como Historia: Cien Años de Soledad y as bananeras. Boletín Cultural y Bibliográfico. Vol. 35. nº 48. 1998.

COSTA, A. V. Intelectuais, política e literatura na América Latina: o debate sobre revolução e socialismo em Cortázar, García Márquez e Vargas Llosa (1958-2005). Tese de doutorado defendida pela Universidade Federal de Minas Gerais, 2009.

FERREIRA, A. C. “A fonte fecunda”. IN: PINSKY, Carla Bssanezi; LUCCA, Tania Regina de (orgs). O Historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009

LOWY, M. O Marxismo na América Latina: Uma antologia de 1909 aos dias atuais. Tradução Claudia Schilling e Luís Carlos Borges. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 1999.

MARQUETTO, S. R. United Fruit Company: Poder e influência na América Latina. Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2012. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/28378?show=full.

PINTO, J. P. A leitura e seus lugares. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.

PRADO, M. L. C. Identidades Latinoamericanas. In: Historia General de America Latina. Volumen VII. Diretor: Enrique Ayala Mora. Ed. Trota, 2008.

______. Uma introdução ao conceito de identidade. In: SAMPAIO, C. A. B.; GARCIA, T. C. (Orgs). Cadernos de Seminários de Pesquisa – Cultura e Políticas das Américas. Vl. 1. Assis: Unesp Publicações, 2009. Disponível em: http://historia.fflch.usp.br/ sites/historia.fflch.usp.br/files/CSP1.pdf.

RIECHEL, H. J. A identidade latino-americana na visão dos intelectuais da década de 60. In: Estudos Ibero-Americanos. V. XXXIII, nº 02. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2007.

ROUQUIÉ, A. América Latina: Extremo Ocidente. São Paulo: Edusp, 1992.

SEIXAS, R. Identidade Cultural da América Latina: Conflitos Culturais Globais e Mediação Simbólica, EACH-USP, 2012

SMITH, R. F. Os Estados Unidos e a América Latina, 1830-1930. In: Leslie Bethell (org.) História da América Latina, volume IV: De 1870 a 1930. Tradução de Geraldo Gerson de Souza. 1 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Brasília, DF: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009.

SEVCENKO, N. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. 2ª Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

VERGARA, A. M. F. A United Fruit Company e a Guatemala de Miguel Angel Asturias. Dissertação de Mestrado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). São Paulo, 2010. Disponível em: www.teses.usp.br/.../AMINA_MARIA_FIGUEROA_VERGARA.pdf

VIEIRA, F. P. G. De Macondo a McOndo: os limites do Real Maravilhoso como discurso de representação da América Latina (1947-1996). Dissertação de Mestrado pela Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2012.

VILLAÇA, M. M. O Instituto Cubano del Arte e Industria Cinemtográficas (ICAIC) e a política cultural em Cuba (1959-1991). Dissertação de Mestrado defendida pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2006. Disponível: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06112006-174750/pt-br.php.

Downloads

Publicado

2016-10-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A identidade latino-americana em Cem Anos de Solidão (1967), de Gabriel García Márquez. (2016). Epígrafe, 3(3), 157-170. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v3i3p157-170