Aspectos da Representação Feminina na História da Arte

Resumo

Nossa proposta é tratar sobre alguns temas que abordam questões de gênero a partir de uma óptica voltada aos modos de atuação da mulher na História da Arte. Nesse contexto, a dominação sobre uma minoria aparece de forma atípica: aqui, a figura feminina, subjugada, é exaltada por seu dominador; ela é insumo e parte fundamental para a consolidação de vertentes artísticas diversas, mas a sua atuação é predominantemente passiva. Seguindo por esse caminho, observaremos algumas ideias propostas pelo crítico de Arte John Berger, nas quais o autor versa sobre a existência de uma distinção na presença social e comportamental entre homens e mulheres. Essa distinção, construída socialmente durante eras, se configura com o respaldo na ideia de que as mulheres devem ser submetidas à tutela do homem e que essa deve ser a parte essencial do universo feminino. Como uma reprodução desse pensamento, a mulher, tema principal da pintura a óleo europeia, é retratada como um reflexo das supostas relações de supremacia entre os sexos: ela posa para o homem observador como se estivesse pronta para estar sob sua tutela, exaltando a sexualidade masculina e camuflando a sua para melhor servi-lo. Interessa-nos também apresentar, brevemente, intervenções das Guerrilla Girls e da atuação das sufragistas por trás de “Elementos de Beleza”; dois grupos formados por mulheres que, apesar de atuarem em épocas e de formas distintas, exemplificam a mobilização feminina gerada como uma forma de reação ao establishment artístico abordado por Berger.