O ESTATUTO DA ÁLGEBRA E DA GEOMETRIA NOS TEXTOS METODOLÓGICOS DE DESCARTES

Autores

  • Monique Vivian Guedes Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2020.163029

Palavras-chave:

Álgebra, Geometria, Imaginação, Intelecto, Dimensão

Resumo

O caráter protocolar desempenhado pelas matemáticas na formulação do conceito cartesiano de ciência é amplamente difundido e frequentemente reinvocado na literatura especializada quando se trata de abordar a exigência apodítica inerente a este conceito. No entanto, pouco se explora o que a diversidade das disciplinas matemáticas (álgebra, geometria e aritmética) bem como a relação entretida por elas permite trazer de elucidação à noção cartesiana de ciência. Nosso propósito consiste, aqui, em tomar posição quanto a um debate acerca do estatuto da álgebra e da geometria como disciplinas que fixam os lineamentos da teoria cartesiana do conhecimento ao exibirem o que Descartes reputaria como a aplicação ideal do intelecto. Trata-se de insistir, por vias que assinalam uma decisão teórica em favor de uma concepção mais intelectualista e menos imaginativa da ciência, que não há hesitação quanto ao papel primitivo e fundacional da álgebra se comparada à geometria.

 

 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Adam, c. e tannery, p. (Ed). (1964-1976). Oeuvres de Descartes. Tomos VI e X. Paris: Vrin/CNRS.

Aristóteles (2001). Posterior Analytics. In: ross, w.d. Aristotle’s Prior and Posterios Analytics: A Revised Text with Introductio and Commentary. Oxford: Oxford University Press.

Battisti, c.a. (2002). O Método de Análise em Descartes. Cascavel: Edunioeste.

Belaval, Y. (1960). Leibniz: Critique de Descartes. Paris: Gallimard.

Cobb-Stevens, R. (2006). L’Imagination et Les Mathématiques. In: fichant, m. e marion, j-l (Orgs.) Descartes en Kant. Paris: PUF. pp. 79-95.

Descartes, R. (2018). Discurso do Método e Ensaios. SP: Unesp.

Descartes, R. (1962). Obra Escolhida. Tradução: J. Guinsburg e Bento Prado Junior. SP: Difel.

Descartes, R. (2002). Regras Para a Direção do Espírito. Lisboa: Edições 70.

Gaukroger, s. (2009). A Natureza do Raciocínio Abstrato: Aspectos Filosófcos do Trabalho de Descartes em Álgebra. In: cottingham, j. (org.) Descartes. São Paulo: Ideias e Letras. p. 115-142.

Hamelin, o. (1921). Le Système de Descartes. Paris: Alcan.

Hannequin, A. (1908). La Méthode e Descartes. In: Études d’histoire des sciences et d’histoire de la philosophie. pp. 209-232.

Jullien, V. (1996). Descartes: La Géométrie de 1637. Paris: PUF.

Klein, J. (1992). Greek Mathematical Thought and the Origin of Algebra. NY: Dover Publications.

Mancosu, P. (2011). Descartes e a Matemática. In: broughton e carrier (orgs). Descartes. Tradução: Lia Levy e Ethel Rocha. Porto Alegre: Penso Editora. pp. 113-130.

Porchat, O. (2001). Ciência e Dialética em Aristóteles. SP: Unesp.

Rabouin, D. (2009). Mathesis Universalis. L’idée de “Mathématique Universelle” d’Aristote à Descartes. Paris: PUF.

Rocha, E. (2016). Indiferença de Deus e o Mundo dos Humanos segundo Descartes. Curitiba: Kotter Editorial.

Roque, T. (2002). História da Matemática: Uma Visão Crítica. Desfazendo Mitos e Lendas. RJ: Zahar.

Downloads

Publicado

2020-06-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O ESTATUTO DA ÁLGEBRA E DA GEOMETRIA NOS TEXTOS METODOLÓGICOS DE DESCARTES. (2020). Cadernos Espinosanos, 42, 273-295. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2020.163029