Deslocamentos na metodologia dos usos sociais para o estudo de meios livres e comunitários: o caso da pesquisa sobre a rádio mexicana Frecuencia Libre

Autores

  • Ismar Capistrano Costa Filho Universidade Federal do Cariri
  • Ângela Cristina Salgueiro Marques Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2016.115534

Palavras-chave:

usos sociais dos meios, rádio livre, rádio comunitária, zapatismo, Frecuencia Libre.

Resumo

Este artigo apresenta os deslocamentos e os métodos utilizados para aplicar a metodologia dos usos sociais dos meios de Jesus Martín-Barbero no estudo da rádio Frecuencia Libre, emissora comunitária da cidade de San Cristóbal de Las Casas, em Chiapas, México do coletivo homônimo aderente ao movimento zapatista. As lógicas de mercado foram ampliadas para lógicas de produção a fim de dar conta das subversões ao sistema legal de radiodifusão e das resistências ao modelo comercial da emissora investigada. Os formatos industriais foram deslocados para formatos dos meios para analisar as rupturas ao padrão tradicional de rádio. Para compreender as matrizes culturais, o método dos endereçamentos, proposto por Jonh Hartley foi utilizado e os sentidos culturais dos mundos possíveis Jesus Galindo Cáceres possibilitou entender as competências da recepção.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ismar Capistrano Costa Filho, Universidade Federal do Cariri
    Ismar Capistrano Costa Filho é jornalista e professor universitário. Fez graduação na UFC onde atualmente leciona. Milita pela democratização da comunicação, tendo participado da fundação de rádios comunitárias, da organização da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) e da Conferência Nacional de Comunicação. Pesquisou, no mestrado no PPGCOM da UFPE, as mediações sonoras da Rádio Favela pela Internet e, no doutorado no PPGCOM da UFMG, os usos sociais das rádios zapatistas no México, onde realizou intercâmbio doutoral no Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (Ciesas).
  • Ângela Cristina Salgueiro Marques, Universidade Federal de Minas Gerais
    Ângela Cristina Salgueiro Marques é doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com estágio pós-doutoral junto ao Groupe de Recherche sur les Enejeux de la Communication, da Université Stendhal. Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG. Estuda questões ligadas à deliberação pública, participação cívica de atores subalternos, formação de esferas públicas políticas, com destaque para políticas públicas e cidadania, reconhecimento social e processos deliberativos online

Referências

AMARAL, Márcia Franz. Sensacionalismo, um conselho errante. In: Revista Intexto v. 2n n. 13. Porto Alegre: UFRG, 2005.

AMARC (Associación Mundial de Radios Comunitárias en México). Radios comunitarias en contextos de conflicto. Ciudad de México: Púrpura, 2008.

BARROS; Antonio Teixeira; BERNARDES, Cristiane Brum. Matrizes culturais dos gêneros televisivos latino-americanos e as emissoras legislativas: análise sobre a TV Câmara (Brasil). In: Vivência n. 38. Natal: UFRN, 2011.

BARROS, Carla. Games e redes sociais em lan houses populares: um olhar antropológico sobre coletivos e sociabilidade no “clube social”. In: Internext, v. 3, n. 2. São Paulo. ESPM, 2008.

BÁRCENAS, Franciso L. Las autonomias indígenas en América Latina. In CECEÑA, Ana et al. Pensar las autonomías. Cidade do México: Sísifo ediciones, 2011.

BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica. In: Magia e Técnica, Arte e Política. Ensaios Sobre Literatura e História da Cultura. Obras Escolhidas. Vol. 1. São Paulo, Brasiliense, 1994.

BERKIN, Corona. De los médios a los sujeitos. Uma trayectoria para abordar la comunicación desde los actores. In OROZCO, Guillermo. Lo viejo y lo nuevo: investigar la comunicación en siglo XXI. Madrid: Ediciones de La Torre, 2000.

CASANOVA, Pablo. Los zapatistas del siglo XXI. In: Revista convergencia, n. 13. Cidade do México: UNAM, 2001.

CASTORIADIS, Cornelius. Uma sociedade à deriva. Aparecida: Ideias e Letras, 2006.

CECEÑA, Ana et al. Pensar las autonomías. Cidade do México: Sísifo ediciones, 2011.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes do fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

COSTA FILHO, Ismar Capistrano. Usos sociais das rádios zapatistas: o mapa nortuno da autonomia nas mediações comunicativas da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 2016.

DER HAAR, Gemma. El movimiento zapatista de Chiapas: dimensiones de su lucha. Amsterdã: LabourAgain. IISH, 2005.

DOWNING, J. Mídia Radical: rebeldia nas comunicações e nos movimentos sociais. São Paulo: Ed. Senac, 2001.

DRUETTA, Délia. Repensar la apropriación desde la cultura digital In: MORALES, Susana; LOYOLA, María Inés. Nuevas perspectivas en los estudios de comunicación. La apropiación tecno-mediática. Buenos Aires: Imago Mundi, 2013.

ELLSWORTH, Elizabeth. Modos de Endereçamentos: uma coisa de cinema; uma coisa de educação também. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org). Nunca fomos humanos – nos rastros do sujeito. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

GALINDO CÁCERES, Luis Jesús. Sabor a ti: metodologia cualitativa en la investigación social. Xalapa: Universidad Veracruziana. 1997.

GOMES, Itânia. Questões de método na análise do telejornalismo: premissas, conceitos, operadores de análise. In: Revista da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação. São Paulo: Compós, 2007.

HAWTORN, Geoffrey. Mundos plausible, mundos alternativos. UK: Cambridge University Press,1995.

HARTLEY, John. Los usos de la televisión. Barcelona: Paidós, 2000.

JACKS, Nilda; MENEZES, Daiane; PIEDRAS, Elisa. Meios e audiências: a emergência dos estudos de recepção no Brasil. Porto Alegre: Sulina, 2008.

JACKS, Nilda (org). Meios e audiências II: a conslidação dos estudos de recepção no Brasil. Porto Alegre: Sulina, 2014.

JONH, Valkíria. Mundos possíveis e telenovela: memórias e narrativas melodramáticas de mulheres encarceradas. Porto Alegre: UFRS, 2014. (Tese de doutorado)

LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonía y estrategia socialista. Buenos Aires. FCE, 2004.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp,1992.

MARQUES, Ângela; ROCHA, Simone. A interseção do processo comunicativo: o diálogo entre produção e recepção. In JACKS, Nilda; SOUZA, Jacob. Mídia e Recepção: televisão, cinema e publicidade. Salvador: Edufba, 2006.

MARQUES DE MELO, José. Indústrias culturais, jornalismo e jornalistas. In: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação volume 14, número 65. São Paulo. Intercom, 1991.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

________________________. Ofício de cartógrafo. São Paulo: Loyola, 2004.

MORLEY, David & BRUNSDON, Charlott. The Nationwide Television Studies. London: Routledge, 1999.

MOUFFE, Chantal. O Regresso do Político. Lisboa: Gradiva, 1990.

NATANSCHN, Graciela. O contrato de leitura: uma metodologia para analisar a produção e recepção de TV. In JACKS, Nilda; SOUZA, Jacob. Mídia e Recepção: televisão, cinema e publicidade. Salvador: Edufba, 2006

NUNES, Mônica Rebecca Ferrari. O mito no rádio: a voz e os signos de renovação periódica. São Paulo: Annablume, 1993.

OLIVEIRA, Catarina Farias de. Escuta Sonora. Rio de Janeiro: E-papers, 2007.

_________________________. Comunicação, recepção e memória no Movimento Sem Terra: etnografia no assentamento Itapuí/RS. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2014.

ONG, Walter J. Oralidad y escritura: tecnologías de la palabra. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 1993

OROZCO GOMES, Guillermo. Televisión y audiencias: un enfoque cualitativo. Madrid: Ediciones de La Torre, 1996.

PAIVA, Raquel. O retorno da comunidade: o novo caminho do social. Rio de Janeiro: Ed. Mauad X, 2007.

PESSOA JR, Histórias contafactuais: o surgimento da Física Quântica. In: Revista de Estudos Avançados v. 14, n. 39. São Paulo, 2000.

PERUZZO, Cícilia. Comunicação nos movimentos populares. Petrópolis: Vozes, 2004.

RONSINI, Veneza V. M. A crença no Mérito e a Desigualdade: a recepção da telenovela do horário nobre. Porto Alegre: Sulina, 2012.

RUIZ, Enrique. Industrias culturales y globalización. Um enfoque histórico estructural. In OROZCO, Guillermo. Lo viejo y lo nuevo: investigar la comunicación en siglo XXI. Madrid: Ediciones de La Torre, 2000

SUNKEL, Giullermo. La representación del pueblo en los diarios de masas. In: Diálogos de la Comunicación, n. 17. Lima, 1987.

Downloads

Publicado

2016-12-31

Como Citar

Deslocamentos na metodologia dos usos sociais para o estudo de meios livres e comunitários: o caso da pesquisa sobre a rádio mexicana Frecuencia Libre. (2016). Revista Extraprensa, 10(1), 63-82. https://doi.org/10.11606/extraprensa2016.115534