A teoria da modernidade de Habermas e a questão do racionalismo ocidental: uma crítica à cegueira e à romantização do racionalismo

Autores

  • Leno Francisco Danner Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v21i1p45-72

Palavras-chave:

Habermas, modernização, racionalismo, cultura europeia, culturas arcaicas

Resumo

Reconstruirei a compreensão habermasiana dos fundamentos do racionalismo ocidental e sua contraposição às visões míticas de mundo: o racionalismo possibilitaria, devido à sua capacidade de descentração e à sua separação entre natureza, cultura e individualidade, a reflexivização da prática cotidiana e, com isso, a formação de uma consciência moral universalista, que garantiria a fundamentação formalista, universal das normas. A partir disso, defenderei que a posição habermasiana em relação ao racionalismo sofre de uma cegueira histórico-sociológica que, ao atribuir à cultura racionalista europeia superioridade em relação às visões de mundo mitológicas devido à capacidade de universalização daquela, por um lado reforça o sentido colonizador, missionário e messiânico do racionalismo europeu e, por outro, romanticiza o potencial universalista do racionalismo e sua episteme calcada na formalização dos valores. Meu argumento central consiste em que o único caminho que resta ao racionalismo é o voltar-se a uma crítica interna, recusando qualquer intento universalista.

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Publicado

2016-06-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A teoria da modernidade de Habermas e a questão do racionalismo ocidental: uma crítica à cegueira e à romantização do racionalismo. (2016). Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 21(1), 45-72. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v21i1p45-72