Do poderio tecnológico ao dever de responsabilidade: sobre a crítica à tecnociência em Hans Jonas e Günther Anders

Autores

  • Maurício Chiarello Universidade de Franca

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v22i4p13-42

Palavras-chave:

Hans Jonas, Günther Anders, tecnociência, teoria crítica, valores.

Resumo

A civilização hodierna caracteriza-se por um preocupante descompasso: de um lado, o descomunal poderio tecnológico alcançado; de outro, nossa flagrante incapacidade para lidar com os efeitos deste poderio e deliberar sobre seu emprego responsável e consequente. O tema do crescente descompasso entre poder tecnológico e dever de responsabilidade correspondente, cujas consequências são cada vez mais catastróficas, ocupa um lugar central tanto na obra de Günther Anders como na de Hans Jonas. No presente trabalho, investigamos as distintas propostas elaboradas por estes dois pensadores no intento de superar o descompasso assinalado, uma de teor eminentemente ético, outra de cunho preponderantemente estético. Assim fazendo, buscamos acusar uma falta comum nestas distintas propostas: ambas terminam por menoscabar a possibilidade de reestruturação da própria atividade tecnocientífica, de modo a torná-la capaz de se desenvolver atendendo a valores fundamentais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Anders, G. (1956). Die Antiquiertheit des Menschen: Über die Seele im Zeitalter des zweiten industriellen Revolution. Munique: Beck Verlag.

____________. (1992). Gewalt, ja oder nein. Eine notwendige Diskussion. Munique: Droemer Knaur.

____________. (2001). Wir Eichmannsöhne: Offner Brief an Klaus Eichmann. Munique: Beck Verlag.

____________. (2002). L’Obsolescence de L’Homme: Sur l’âme à l’époque de la deuxième révolution industrielle. Traduit par Christophe David. Paris: Éditions Ivrea.

____________. (2003). Die atomare Drohung: Radikale Überlegung zum atomare Zeitalter. Munique: Beck Verlag.

____________. (2003). Nous, fils d’Eichmann: Lettre ouvert à Klaus Eichmann. Traduit par Sabine Cornille e Philippe Ivernel. Paris: Payot-Rivages.

____________. (2007). Le temps de la fin. Paris: Éditions L’Herne.

Arendt, H. (1983). Condition de l’homme moderne. Traduit par Georges Fradier. Paris: Calmann-Lévy.

Bauman, Z. (1998). Modernidade e Holocausto. Tradução de Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar.

Bischof, G.; Dawsey, J.; Fetz, B. (orgs.). (2014). The Life and Work of Günther Anders: Émigré, iconoclast, man of letters. Innsbruck: Studien Verlag.

Cernicchiaro, A. (2014). Günther Anders, La cassandra della filosofia: Dall’uomo senza mondo al mondo senza uomo. Pistoia: Petit Plaisance Editrice.

Chiarello, M. (2015). A Fascinação da Compulsão Tecnológica: Sobre a racionalidade científica em Hans Jonas. Scientiae Studia: Revista Latino-Americana de Filosofia e História da Ciência, 13(2), abr-jun, pp.369-395.

David, C.; Röpcke, D. (2004). Günther Anders, Hans Jonas et les antinomies de l’écologie politique. Revue Écologie & Politique, Presses de Sciences Po (P.F.N.S.P.), 29(2), pp.193-213.

De Oliveira, J. (2015). A técnica como poder e o poder da técnica: entre Hans Jonas e Andrew Feenberg. Revista de Filosofia Aurora, 27(40), jan/abr, pp.143-166.

Feenberg, A. (1991). Critical Theory of Technology. Nova York: Oxford University Press.

____________. (2002). Transforming Technology: A Critical Theory Revisited. Nova York: Oxford University Press.

Fücks, R. (2013). Intelligent Wachsen: Die grüne Revolution. Munique: Carl Hanser Verlag.

____________. (2015). Green Growth, smart growth: a new approach to economics, innovation and the environment. Londres: Anthem Press.

Hernando, C. V. (2016). Günther Anders, fragmentos do mundo. Madrid: La Oveja Hoja.

Jonas, H. (1987). Macht Oder Ohnmacht der Subjektivität. Frankfurt: Insel.

____________. (2000). Évolution et liberté . Tradução de S. Cornille e P. Ivernel. Paris: Payot & Rivages. [Título original: Philosophische Untersuchungen und metaphysische Vermutungen].

____________. (2004). O Princípio Vida: Fundamentos para uma biologia filosófica. Tradução brasileira de C. A. Pereira. Petrópolis: Vozes. [Título original: Das Prinzip Leben: Ansätze zu einer philosophischen Biologie].

____________. (2006). O Princípio Responsabilidade: Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Tradução de M. Lisboa e L. B. Montez. Rio de Janeiro: Editora Puc-Rio/Contraponto. [Título original: Das Prinzip Verantwortung: Versuch einer Ethik für die technologische Zivilisation].

____________. (2010). Matéria, Espírito e Criação: Dados cosmológicos. Tradução de Wendel Evangelista S. Lopes. Petrópolis: Vozes. [Título original: Materie, Geist und Schöpfung: Kosmologischer Befund und kosmogonische Vermutung].

Jung, W. (1989). Verantwortung und/oder Widerstand. In: Gatzemaier, M. (org.). Verantwortung in Wissenschaft und Technik. Manheim/ Viena/Zurique: Wissenschaftsverlag, pp.56-71.

Lacey, H. (2008). Valores e Atividade Científica, 1. São Paulo: Editora 34/Associação Filosófica Scientiae Studia.

____________. (2010). Valores e Atividade Científica, 2. São Paulo: Editora 34/Associação Filosófica Scientiae Studia.

Lebrun, G. (1996). “Sobre a tecnofobia”. In: Novaes, A. (org.). A Crise da Razão. Companhia das Letras, São Paulo, pp.471-94.

Lories, D.; Depré, O. (2003). Vie et liberté: Phénoménologie, nature et éthique chez Hans Jonas. Paris: Vrin (col. Problèmes et controverses).

Lütkehaus, L. (1985). Prinzip Verantwortung. Praktische Philosophie im Zeitalter der technokratischen Apokalypse. Die Neue Gesellschaft, Frankfurter Heft, 5, pp.251-260.

Pinsart, M-G. (2002). Hans Jonas et la liberté: Dimensions théologiques, ontologiques, éthiques et politiques. Paris: Librairie Philosophique Vrin (col. Pour demain).

Pinsart, M-G.; Hottois, G.(1993). Hans Jonas: Nature et responsabilité. Paris: Vrin.

Ricoeur, P. (1991). La responsabilité et la fragilité de la vie. Éthique et philosophie de la biologie chez Hans Jonas. Le messager européen, 5, pp.203-18.

Santos, B. S. (2006). Conhecimento Prudente para uma Vida Decente: Um ‘Discurso sobre as Ciências’ revisitado”. São Paulo: Editora Cortez.

Schmidt, H. (1992). Verantwortung im technischen Zeitalter. Zeitschrift für Didaktik der Philosophie, 3, pp.159-174.

Schoefs, V. (2009). Hans Jonas: écologie et démocratie. Paris: L’Harmattan.

Sève, B. (1990). Hans Jonas et l’éthique de la responsabilité. Esprit, 10, out., pp.72-88.

____________. «La peur comme procédé heuristique et comme instrument de persuasion: Hans Jonas et H. T. Engelhardt en perspective». In: Hottois, G. (org.). Aux fondaments d’une éthique contemporaine. Paris: Vrin, pp.107-125.

Sganzerla, A. (2013). Biologização do ser moral em Hans Jonas. Revista de Filosofia Aurora, 25(36), jan/jun, pp.155-178.

Taminiaux, J. (1991). Sur une étique pour l’âge technologique. Le messager européen, 5, pp.187-202.

Wiesenberger, B. (2003). Enzyklopädie der apokalyptischen Welt: Kulturphilosophie, Gesellschaftstheorie und Zeitdiagnose bei Günther Anders und Theodor W. Adorno. Munique: Herbert Utz Verlag.

Downloads

Publicado

2017-12-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Do poderio tecnológico ao dever de responsabilidade: sobre a crítica à tecnociência em Hans Jonas e Günther Anders. (2017). Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 22(4), 13-42. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v22i4p13-42