A construção política da identidade: um desafio feminista à distinção entre político e social

Autores

  • Paulo Eduardo Bodziak Junior Universidade de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v19i1p85-104

Palavras-chave:

Arendt, Identidade, Pitkin, Honig, Sociedade

Resumo

Se o hábito arendtiano de separar conceitos possibilitou importantes críticas à modernidade e promoveu um novo questionamento sobre o sentido da política, ele também possibilitou duras críticas ao pensamento da autora, de machista a nostálgico helênico. Compreender as distinções de modo a evitar compreensões rígidas é o exercício mais adequado para não perder as contribuições de Arendt ao debate político contemporâneo. Nesse sentido, autoras como Bonnie Honig e Hanna Pitkin lançam um desafio interessante às categorias arendtianas, extraindo delas uma possibilidade de leitura muito rica através dos conflitos de formação da identidade. Neste artigo, pretende-se mostrar como uma leitura específica, atitudinal e relacional, pode dar fôlego às distinções de Arendt, atenuando-as, porém sem fazer com que elas percam sua capacidade de traçar características próprias ao político e ao social.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ARENDT, H. Origins of Totalitarianism. Cleveland and New York: Meridian Books, 1958.

ARENDT, H. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Tradução de José Rubens Siqueira. São Paulo: Diagrama Texto, 1983.

ARENDT, H. Crises da República. Tradução de José Volkmann. São Paulo: Perspectiva, 1973.

ARENDT, H. Homens em tempos sombrios. Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

ARENDT, H. A vida do espírito. Tradução de Antônio Abranches, Cesar A. R. De Almeida e Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1992.

ARENDT, H. Lições sobre a filosofia política da Kant. Tradução de André Duarte. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.

ARENDT, H. Correspondence with Karl Jaspers, 1926-1969. Nova York: Harcourt Brace, 1994.

ARENDT, H. Rahel Varnhagen: a vida de uma judia alemã na época do romantismo. Trad. Antônio Transito e Gernot Kludasch. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

ARENDT, H. Origens do totalitarismo. Tradução Roberto Raposo. São Paulo: Cia das Letras. 2000.

ARENDT, H. Reflections On Little Rock: preliminary remarks. In: KOHN, J. (org). The Portable Hannah Arendt. New York: Penguin Books, 2000.

ARENDT, H. A dignidade da política. Antônio Abranches. (org.). Rio de Janeiro: Ediouro. 2002.

ARENDT, H. Karl Marx and the tradition of Western political Thought. Social Research, v. 69, n. 2, Summer, 2002.

ARENDT, H. Responsabilidade e Julgamento. KOHN, J. (Org.). Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das letras, 2004.

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspectiva. 2007.

ARENDT, H. O que é política?. Tradução de Reinaldo Guarani. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

ARENDT, H. A Condição humana. Tradução de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

ARENDT, H. A promessa da política. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: Difel. 2008.

ARENDT, H. Compreensão: Formação, Exílio e Totalitarismo. Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Cia das Letras e Belo Horizonte: UFMG, 2008.

ARENDT, H. Sobre Hannah Arendt. Tradução de Adriano Correia. Inquietude, v. 1, n.2, ago/dez. 2010.

ARENDT, H. Sobre a revolução. Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

ARENDT, H. Sobre a violência. Tradução André Macedo Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.BENHABIB, S. Critic, Norm and Utopia: A study of the foundations of critical theory. New York: Columbia University Press,1986.

ARENDT, H. Hannah Arendt and the redemptive power of narrative. Social research, n. 57, 1990.

ARENDT, H. Situating the Self. New York: Routledge. 1992.

ARENDT, H. Models of Public Space: Hannah Arendt, the Liberal Tradition, and Jürgen Habermas. In: CALHOUN, C. (org.). Habermas and the Public Sphere. Cambrigde: Harvard Press, 1994.

ARENDT, H. The reluctant modernism of Hannah Arendt. New York: Sage Publications, 1996.

CANOVAN, M. The political thought of Hannah Arendt. New York: Harcourt Brace Jovanovzch, 1974. The contradictions of Hannah Arendt´s political thought. Political Theory. v. 6, n.1, 1978.

CANOVAN, M. On Pitikin´s Justice. Political Theory, v. 10, n. 3,1982.

CANOVAN, M. Arendt, Rousseau and Human Plurality in Politics. The Journal of Politics, v. 45, n. 2, 1983.

CORNELL, D. Transformations: recollective imagination and sexual difference. New York: Routledge, 1993.

CORREIA, A. A questão social em Hannah Arendt: apontamentos críticos. Revista Aurora Curitiba, v. 20, n. 26, pp. 101-112, jan-jun. 2008 .

CORREIA, A. (org.) Hannah Arendt e a condição humana. Salvador: Quarteto, 2006.

CLARKE, J. Social Justice and political freedom: revisiting Hannah Arendt's conception of need. Philosophy and Social Criticism, n.19, 1993.

DUARTE, A. O pensamento à sombra da ruptura: política e filosofia em Hannah Arendt. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

DUARTE, A. Poder e Violência no pensamento político de Hannah Arendt: uma reconsideração. In: ARENDT, H. Sobre a violência. Tradução André Macedo Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

FRASER, N. The French Derrideans: Politicizing Deconstruction or Deconstructing the Political? New German Critique, n. 33, 1984, pp. 127-154.

FRASER, N. Women, Welfare and Needs Interpratations. Hypatia, v. 2, n. 1, pp 103-121.

HABERMAS, J. Hannah Arendt´s Communications Concept of power. Social Research, v. 44, n. 1, 1977, pp. 3-25.

HABERMAS, J. Mudança estrutural na esfera pública. Trad. Flávio Kothe. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1984.

HONIG, B. Toward an Agonistic Feminism. In: HONIG, B. (org.) Feminist Interpretaions of Hannah Arendt. Pennsylvania: Pennsylvania State University Press, 1995.

PITKIN, H. Justice: On Relating Private and Public. Political Theory. v. 9, n. 3, 1981. pp. 327-352.

PITKIN, H. Hannah Arendt´s Concept of Social. Chicago: The University of Chicago Press, 1998

PITKIN, H. Conformism, Housekeeping, and the Attack of the Blob: The Origins of Hannah Arendt's Concept of the Social. In: HONIG, B. (org.) Feminist Interpretaions of Hannah Arendt. Pennsylvania: Pennsylvania State University Press, 1995.

ROUSSEAU. Do Contrato Social. São Paulo: Martin Claret, 2007.

O’SULLIVAN, N. Hannah Arendt: Hellenic Nostalgia and Industrial Society. In CRESPIGNY, A. e MINOGUE, K. (orgs.) Contemporary Political philosophers. London: Methuen, 1976, pp. 228-251.

YOUNG-BRUHEL, E. Por amor ao mundo: A vida e a obra de Hannah Arendt. Tradução de Antônio Trânsito. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1997.

Downloads

Publicado

2014-10-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A construção política da identidade: um desafio feminista à distinção entre político e social. (2014). Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 19(1), 85-104. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v19i1p85-104