Descortesia em debates políticos televisivos de 1989 e de 2014: Uma análise pragmática

Autores

  • Ronaldo de Oliveira Batista Universidade Presbiteriana Mackenzie
  • Mariana dos Santos Andrade Universidade Presbiteriana Mackenzie.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v19i2p301-315

Palavras-chave:

Descortesia. Debates Políticos. Análise da Conversação. Pragmática.

Resumo

Este artigo propõe uma comparação das manifestações descorteses nos debates presidenciais televisivos de 1989 e de 2014, que visavam à eleição do presidente do Brasil em primeiro turno. No exame do material, buscou-se e analisar estratégias comunicativas provenientes do uso de atos descorteses em dois debates eleitorais realizados em circunscrições temporais distintas, a fim de identificar possíveis mudanças no uso da língua em relação à descortesia. Para tanto, foram adotados como base teórica principal os pressupostos sobre o fenômeno da descortesia compreendida como uma atividade social, de acordo com Bravo (1999, 2003), Blas Arroyo (2001, 2010) e Silva (2013), valendo-se de uma análise documental, na qual trechos de vídeos televisivos dos debates constituem o corpus. Por fim, deve-se levar em consideração que se tem no gênero debate político uma interação conflituosa, na qual o objetivo costuma ser manchar a imagem dos adversários ao passo que se enalteça a própria, o que pode transformar a descortesia em regra.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ronaldo de Oliveira Batista, Universidade Presbiteriana Mackenzie
    Doutor em Linguística pela USP. Pós-Doutor pela KULeuven (Bélgica). Professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
  • Mariana dos Santos Andrade, Universidade Presbiteriana Mackenzie.
    Mestra em Letras e Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Referências

Aquino ZGO. Cortesia e descortesia em debates radiofônicos – um estudo das sequencias indicativas de desacordo. In: Preti D, organizador. Cortesia verbal. São Paulo: Humanitas; 2008. p. 355-374.

__________ Diálogos da mídia – o debate televisivo. Preti D, organizador. Diálogos na fala e na escrita. São Paulo: Humanitas; 2005. (Vol. 7). p. 171-194.

Aquino ZGO, Fávero LL. A dinâmica das interações verbais: o trílogo. In: Preti D, organizador. A interação na fala e na escrita. São Paulo: Humanitas; 2002. p. 159-178.

Bax M. Civil rites: ritual politeness in Early Modern Dutch letter-writing. Journal of Historial Pragmatics. 2003;4:303-325.

Blas Arroyo JL. La descotesía en contextos de telerrealidad mediática: análisis de un corpus español. In: Orletti F, Mariottini L. (Des)cortesía en español: espacios teóricos y metodológicos para estudio. Roma/Estocolmo: Universitá degli Studi Roma Tre/ EDICE; 2010. p. 183-209.

__________ “No digas choradas...”: la descortesía en el debate político cara a cara: una aproximación pragma-variacionista. Oralia. 2001;4:9-45.

Bolívar A. La descortesia como estrategia política en la democracia venezolana. In: Bravo D, editor. Actas del Primer Coloquio del Programa EDICE. Estocolmo: EDICE; 2003. p. 213-226.

Bravo D. Actividades de cortesía, imagen social y contextos socioculturales: una introducción. In: Bravo D, editor. Actas del Primer Coloquio del Programa EDICE. Estocolmo: EDICE; 2003. p. 98-108.

__________ ¿Imagen positiva vs. imagen negativa?: pragmática social y componentes del face. Oralia. 1999;2:155-184.

Brown P, Levinson SC. Politeness: some universals in language usage. Cambridge: Cambridge University Press; 1987.

Culpeper J. Historical sociopragmatics. In: Jucker AH, Taavitsaunen I, editores. Historical pragmatics. Berlim/Nova Iorque: Mouton de Gruyter; 2010. (Handbooks of Pragmatics, Vol. 8). p. 69-94.

Goffman E. Interaction ritual: essays on face-to-face behaviour. Nova Iorque: Garden City; 1967.

Hernández Flores N. La cortesía como la búsqueda del equilibrio de la imagem social. In: Bravo D, Briz A, editores. Pragmática sociocultural: estudios sobre el discurso de cortesía em español. Barcelona: Editorial Ariel; 2004. p. 95-108.

Jacobs A, Jucker AH. The historical perspective in pragmatics. In: Jucker AH, editor. Historical Pragmatics: pragmatic developments in the history of English. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins; 1995. (Pragmatics & Beyond New Series 35). p. 3-33.

Muller L. Legislação eleitoral e debates. Justiça Eleitoral em Debate. 2011, ago./out.;1(2):37-40. [citado 22 jan. 2018]. Disponível em: http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/3585.

Nevala M. Politeness. In: Jucker AH, Taavitsaunen I, editores. Historical pragmatics. Berlim/Nova Iorque: Mouton de Gruyter; 2010. (Handbooks of Pragmatics, Vol. 8).

Schreiner K, Fendrich LJ. Debates [homepage]. [citado 8 Jun. 2017]. Disponível em http://www.eleitoralbrasil.com.br/conteudo/propaganda-eleitoral/debates-23.

Silva LA. Descortesia e (des)construção da imagem pública. In: Preti D, Leite MQ. Comunicação na fala e na escrita. São Paulo: Humanitas; 2013. p. 93-119.

Downloads

Publicado

2018-02-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Descortesia em debates políticos televisivos de 1989 e de 2014: Uma análise pragmática. (2018). Filologia E Linguística Portuguesa, 19(2), 301-315. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v19i2p301-315