Capacidade para o trabalho e sintomas osteomusculares em trabalhadores de um hospital público

Autores

  • Donatila Barbieri de Oliveira Souza Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Lisandra Vanessa Martins Universidade Federal do Espírito Santo; Curso de Fisioterapia
  • Alexandre Márcio Marcolino Universidade Federal de Santa Catarina; Curso de Fisioterapia
  • Rafael Inácio Barbosa Universidade Federal de Santa Catarina; Curso de Fisioterapia
  • Guilherme Tamanini Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Marisa de Cássia Registro Fonseca Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.590/1809-2950/14123722022015

Resumo

O objetivo do estudo foi conhecer o perfil sociodemográfico, identificar as queixas osteomusculares e avaliar a capacidade para o trabalho de trabalhadores de um hospital público. Trata-se de um estudo quantitativo, analítico e transversal. Constituiu-se de 31 servidores do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e da Unidade de Emergência de Ribeirão Preto, que foram encaminhados ao serviço de Fisioterapia no Centro de Reabilitação no período de maio a dezembro de 2012. Três questionários foram aplicados: o Questionário Sociodemográfico, que foi desenvolvido pelos pesquisadores deste estudo, o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares, que visa a padronizar a mensuração de relatos de sintomas osteomusculares, e o questionário Índice de Capacidade para o Trabalho, que possibilita a avaliação e detecção precoce de alterações na qualidade de vida dos trabalhadores. Os 31 avaliados possuem, em média, 46,5±11,8 anos, sendo 27 mulheres e 4 homens. As ocupações mais prevalentes foram: auxiliar de enfermagem (19,3%), auxiliar de serviços (19,3%) e escriturário (16,13%). Um total de 74,2% deles não praticam atividade física, 38,7% possuem mais de 20 anos no serviço e 64,5% ficam a maior parte do tempo em pé. A prevalência das queixas osteomusculares tinha relação com os joelhos, seguida das relacionadas aos ombros e lombar. A média do Índice de Capacidade para o trabalho foi de 33,84±8,35, revelando uma capacidade para o trabalho moderada. Os resultados apresentados apontam a necessidade de avaliação das condições laborais, com base em uma avaliação ergonômica fundada nos aspectos físicos, cognitivos e organizacionais do trabalho, como estratégia corretiva e/ou preventiva das lesões osteomusculares e da melhoria da capacidade de realização do trabalho.

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Publicado

2015-06-06

Edição

Seção

Pesquisas Originais

Como Citar

Capacidade para o trabalho e sintomas osteomusculares em trabalhadores de um hospital público. (2015). Fisioterapia E Pesquisa, 22(2), 182-190. https://doi.org/10.590/1809-2950/14123722022015