Ajustes cardiorrespiratórios durante a manobra de acentuação da arritmia sinusal respiratória: influência do tempo da manobra sobre o volume minuto, fração expirada de CO2 e variabilidade da frequência cardíaca

Autores

  • Alexandre Fenley Universidade Federal do Rio de Janeiro; Centro de Ciência da Saúde; Programa de Pós-Graduação em Educação Física e Medicina
  • Leonardo da Costa Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro; Centro de Ciência da Saúde; Programa de Pós-Graduação em Educação Física e Medicina
  • Hugo Valverde Reis Universidade Federal do Rio de Janeiro; Centro de Ciência da Saúde; Programa de Pós-Graduação em Educação Física e Medicina
  • Luciana Malosá Sampaio Universidade Nove de Julho; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
  • Audrey Borghi-Silva Universidade Federal de São Carlos; Departamento de Fisioterapia; Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar
  • Michel Silva Reis Universidade Federal do Rio de Janeiro; Centro de Ciência da Saúde; Programa de Pós-Graduação em Educação Física e Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/14696023012016

Resumo

A frequência cardíaca sofre variações durante o ciclo respiratório, fenômeno conhecido como arritmia sinusal respiratória. A manobra para acentuação da arritmia sinusal respiratória (M-ASR) consiste em manter ventilação educada com uma frequência respiratória de seis ciclos por minuto com relação tempo inspiração/expiração (TI:TE) de 1:1. Este estudo tem como objetivo avaliar o comportamento do volume minuto, da fração expirada de CO2 (FeCO2 infere sobre PaCO2) e do controle autonômico da frequência cardíaca durante a M-ASR com duração maior do que 90s. Foram avaliados 16 homens jovens saudáveis (de 18 a 25 anos). Todos foram orientados a realizar inspirações e expirações lentas com duração de 10 segundos por ciclo, TI:TE de 1:1 e consequente frequência respiratória de seis incursões por minuto, durante quatro minutos. Durante a avaliação foi coletada a frequência cardíaca (FC) batimento a batimento por meio de um cardiofrequencímetro, o volume minuto (VM) e a FeCO2 através de um ergoespirômetro. Para análise estatística empregou-se ANOVA one-way (com post-hoc de Tukey) ou teste de Kruskal-Wallis (com post-hoc de Dunn) quando conveniente (p<0,05). Durante a M-ASR, a FeCO2, o VM e os índices do domínio do tempo da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) não sofreram alterações significativas ao longo do tempo. A realização da M-ASR em jovens saudáveis, por mais de 90 segundos, pode ser executada com segurança, sem o risco de hipocapnia e sem a interferência das alterações de FeCO2 nos índices do domínio do tempo da análise de VFC da M-ASR.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Heart rate variability. Standards of measurement,

physiological interpretation, and clinical use. Task Force of

the European Society of Cardiology and the North American

Society of Pacing and Electrophysiology. Eur Heart J.

;17(3):354-81.

Shields RW. Heart rate variability with deep breathing

as a clinical test of cardiovagal function. Cleve Clin J Med.

;76(Suppl 2):S37-40.

Joseph CN, Porta C, Casucci G, Casiraghi N, Maffeis M, Rossi M,

et al. Slow breathing improves arterial baroreflex sensitivity

and decreases blood pressure in essential hypertension.

Hypertension. 2005;46(4):714-8.

Reis MS, Arena R, Deus AP, Simões RP, Catai AM, BorghiSilva A. Deep breathing heart rate variability is associated

with respiratory muscle weakness in patients with chronic

obstructive pulmonary disease. Clinics (Sao Paulo).

;65(4):369-75.

Rosengård-Bärlund M, Bernardi L, Sandelin A, Forsblom C,

Groop PH, Group FS. Baroreflex sensitivity and its response

to deep breathing predict increase in blood pressure

in type 1 diabetes in a 5-year follow-up. Diabetes Care.

;34(11):2424-30.

Reis MS, Deus AP, Simões RP, Aniceto IA, Catai AM, BorghiSilva A. Autonomic control of heart rate in patients with

chronic cardiorespiratory disease and in healthy participants

at rest and during a respiratory sinus arrhythmia maneuver.

Rev Bras Fisioter. 2010;14(2):106-13.

Hayano J, Mukai S, Sakakibara M, Okada A, Takata K, Fujinami

T. Effects of respiratory interval on vagal modulation of heart

rate. Am J Physiol. 1994;267(1 Pt 2):H33-40.

Moreira GL, Ramos EMC, Vanderlei LCM, Ramos D, Manzano

BM, Fosco LC. Efeito da técnica de oscilação oral de alta

frequência aplicada em diferentes pressões expiratórias

sobre a função autonômica do coração e os parâmetros

cardiorrespiratórios. Fisioter Pesq. 2009;16(2):113-9.

Grossman P, Wilhelm FH, Spoerle M. Respiratory sinus

arrhythmia, cardiac vagal control and daily activity. Am J

Physiol Heart Circ Physiol. 2004;287(2):728-34.

Hirsch JA, Bishop B. Respiratory sinus arrhythmia in humans:

how breathing pattern modulates heart rate. Am J Physiol.

;241(4):H620-9.

Reis MS, Arena R, Archiza B, de Toledo CF, Catai AM, BorghiSilva A. Deep breathing heart rate variability is associated

with inspiratory muscle weakness in chronic heart failure.

Physiother Res Int. 2014;19(1):16-24.

Caetano J, Delgado Alves J. Heart rate and cardiovascular

protection. Eur J Intern Med. 2015.

Williamson JW. The relevance of central command for

the neural cardiovascular control of exercise. Exp Physiol.

;95(11):1043-8.

Mitchell JH. Neural control of the circulation during exercise:

insights from the 1970-1971 Oxford studies. Exp Physiol.

;97(1):14-9.

Guillén-Mandujano A, Carrasco-Sosa S. Additive effect of

simultaneously varying respiratory frequency and tidal

volume on respiratory sinus arrhythmia. Auton Neurosci.

;186:69-76.

Lopes TC, Beda A, Granja-Filho PC, Jandre FC, GiannellaNeto A. Cardio-respiratory interactions and relocation of

heartbeats within the respiratory cycle during spontaneous

and paced breathing. Physiol Meas. 2011;32(9):1389-401.

Cooper HE, Clutton-Brock TH, Parkes MJ. Contribution

of the respiratory rhythm to sinus arrhythmia in normal

unanesthetized subjects during positive-pressure

mechanical hyperventilation. Am J Physiol Heart Circ Physiol.

;286(1):H402-11.

Publicado

2016-03-03

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Ajustes cardiorrespiratórios durante a manobra de acentuação da arritmia sinusal respiratória: influência do tempo da manobra sobre o volume minuto, fração expirada de CO2 e variabilidade da frequência cardíaca . (2016). Fisioterapia E Pesquisa, 23(1), 68-73. https://doi.org/10.1590/1809-2950/14696023012016