Um modelo diferente de brace para a reeducação da marcha hemiparética com genu recurvatum: efeitos sobre a distribuição das pressões plantares
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/15789423042016Palavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral, Marcha, Aparatos OrtopédicosResumo
O modelo de brace desenvolvido consiste em uma joelheira de neoprene que apresenta um balonete inflável posicionado sobre a região poplítea do joelho. Ele proporciona estímulos sobre estruturas articulares, bem como um melhor alinhamento biomecânico durante a fase de apoio da marcha. O objetivo do estudo foi quantificar as alterações e adaptações induzidas pelo treinamento da marcha com a utilização do dispositivo ortótico em pacientes hemiparéticos. Realizou-se um estudo quase-experimental do tipo antes e depois com doze pacientes adultos com hemiparesia decorrente de acidente vascular encefálico. Os picos de pressão plantares foram os marcadores utilizados para comparar os três momentos do estudo: na linha de base, quando estivessem utilizando o brace e após o treinamento da marcha. Depois das sessões de reeducação da marcha com auxílio da órtese, a redistribuição das pressões plantares evidenciou aumento na simetria durante a fase de apoio, principalmente pela diminuição da pressão sobre o antepé parético (p=0,024) e pelo aumento no retropé no lado parético (p=0,010). Além disso, essas alterações foram associadas a uma diminuição da pressão sobre todas as regiões do pé não afetado, especialmente no retropé no momento de pós-treinamento. Os resultados do estudo sugerem uma mudança no padrão de marcha dos participantes depois da utilização do brace. Houve maior simetria dos valores dos picos de pressão plantar quando se comparou o lado afetado com o não afetado. O treino com o brace contribui no processo de reabilitação, uma vez que forneceu valores baropodométricos que se aproximaram ao padrão normal de distribuição plantar.Downloads
Referências
Belda-Lois JM, Mena-del Horno S, Bermejo-Bosch I, Moreno
JC, Pons JL, Farina D, et al. Rehabilitation of gait after stroke:
a review towards a top-down approach. J Neuroeng Rehabil.
;8(66):2-19. doi: 10.1186/1743-0003-8-66.
Boudarham J, Zory R, Genet F, Vigné G, Bensmail D, Roche N, et
al. Effects of a knee-ankle-foot orthosis on gait biomechanical
characteristics of paretic and non-paretic limbs in hemiplegic
patients with genu recurvatum. Clin Biomech (Bristol, Avon).
;28(1):73-8. doi: 10.1016/j.clinbiomech.2012.09.007.
Bleyenheuft C, Bleyenheuft Y, Hanson P, Deltombe T.
Treatment of genu recurvatum in hemiparetic adult patients:
a systematic literature review. Ann Phys Rehabil Med.
;53:189-99. doi: 10.1016/j.rehab.2010.01.001.
Femery V, Moretto P, Renaut H, Thévenon A. Spasticité
et distribution des pressions plantaires chez des enfants
atteints d’hémiplégie cérébrale infantile. Ann Readapt
Med Phys. 2001;44(1):26-34. doi: dx.doi.org/10.1016/
S0168-6054(00)00060-X.
Isakov E, Mizrahi J, Onna I, Susak Z. The control of genu
recurvatum by combining the Swedish knee-cage and an
ankle-foot brace. Disabil Rehabil. 1992;14(4):187-91.
Robinson CC, Detânico RC, Zaro MA, Andrade MC. Comparação
entre dois protocolos de baropodometria dinâmica utilizando
plataforma de pressão. Tecnicouro. 2010;249:70-4.
Basaglia N, Mazzini N, Boldrini P, Bacciglieri P, Contenti E,
Ferraresi G. Biofeedback treatment of genu-recurvatum
using an electrogoniometric device with an acoustic signal.
One-year follow-up. Scand J Rehabil Med. 1989;21(3):125-30.
Wong AM, Pei YC, Hong WH, Chung CY, Lau YC, Chen CP.
Foot contact pattern analysis in hemiplegic stroke patients:
an implication for neurologic status determination. Arch
Phys Med Rehabil. 2004;85(10):1625-30.
Pinzur MS, Sherman R, DiMonte-Levine P, Trimble J.
Gait changes in adult onset hemiplegia. Am J Phys Med.
;66(5):228-37.
Valentini FA, Granger B, Hennebelle DS, Eythrib N, Robain
G. Repeatability and variability of baropodometric and
spatio-temporal gait parameters – results in healthy subjects
and in stroke patients. Neurophysiol Clin. 2011;41(4):181-9. doi:
1016/j.neucli.2011.08.004.
Boza R, Duarte E, Belmonte R, Marco E, Muniesa JM,
Tejero M, et al. Estudio baropodométrico en el hemipléjico
vascular: relación con la discapacidad, equilibrio y capacidad
de marcha. Rehabilitación [periódico na Internet]. 2007
[citado em 2017 fev 9];41(1):3-9. doi: dx.doi.org/10.1016/
S0048-7120(07)75350-1.
Schuster RC, Zadra K, Luciano M, Polese JC, Mazzola D, Sander
I, et al. Análise da pressão plantar em pacientes com acidente
vascular encefálico. Rev Neurociênc. 2008;16(3):179-83.
Meyring S, Diehl RR, Milani TL, Hennig EM, Berlit P. Dynamic
plantar pressure distribution measurements in hemiparetic
patients. Clin Biomech (Bristol, Avon). 1997;12(1):60-5.
Perry J. Gait analysis: normal and pathological function. New
Jersey: SLACK Incorporated; 1992.
Gaviria M, D’Angeli M, Chavet P, Pelissier J, Peruchon E,
Rabischong P. Plantar dynamics of hemiplegic gait: a
methodological approach. Gait Posture. 1996;4(4):297-305.
doi: dx.doi.org/10.1016/0966-6362(95)01055-6.
Titianova EB, Pitkänen K, Pääkkönen A, Sivenius J,
Tarkka IM. Gait characteristics and functional ambulation
profile in patients with chronic unilateral stroke. Am J
Phys Med Rehabil. 2003;82(10):778-86. doi: 10.1097/01.
PHM.0000087490.74582.E0.
Shumwaycook A, Anson D, Haller S. Postural sway biofeedback:
its effect on reestablishing stance stability in hemiplegic
patients. Arch Phys Med Rehab. 1988;69(6):395-400.
Trindade APNT, Barboza MA, Oliveira FB, Borges APO.
Influência da simetria e transferência de peso nos aspectos
motores após acidente vascular cerebral. Rev Neurociênc.
;19(1):61-7.
Robain G, Valentini F, Renard-Deniel S, Chennevelle JM,
Piera JB. A baropodometric parameter to analyze the gait
of hemiparetic patients: the path of center of pressure.
Ann Readapt Med Phys. 2006;49(8):609-13. doi: 10.1016/j.
annrmp.2006.05.002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Fisioterapia e Pesquisa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.