Influência da massa corporal na frequência de linfedema e outras complicações depois de cirurgia para câncer de mama

Autores

  • Riza Rute Oliveira Centro Universitário Adventista de São Paulo. SP. Brasil
  • Simony Lira Nascimento Universidade Federal do Ceará (UFC) - Fortaleza (CE) Brasil
  • Maria Teresa Pace do Amaral Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – São Paulo (SP), Brasil
  • Marcela Ponzio Pinto e Silva Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Campinas (SP), Brasil
  • Mariana Maia Freire Oliveira Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Campinas (SP), Brasil

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/14743623012016

Resumo

Avaliou-se a influência do índice de massa corporal (IMC) pré-operatória na ocorrência de linfedema, aderência cicatricial, dor e peso no membro superior nos primeiros dois anos após cirurgia para câncer de mama. O estudo é uma análise retrospectiva, secundária de 631 prontuários de mulheres submetidas à cirurgia para câncer de mama e encaminhadas ao Programa de Fisioterapia do Hospital Professor Dr. José Aristodemo Pinotti do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, CAISM /UNICAMP, entre janeiro de 2006 e dezembro de 2007. Eram mulheres com idade média de 56,5 anos (±13,7 anos), a maioria (55%) com sobrepeso ou obesa. Os estádios clínicos II e III foram encontrados em 63% das mulheres. Mastectomia radical foi a cirurgia mais frequente (54,4%), seguida por quadrantectomia (32,1%). No primeiro ano após a cirurgia não houve associação significativa entre as categorias do índice de massa corporal e incidência de aderência cicatricial, dor, peso e linfedema. No segundo ano, mulheres com sobrepeso e obesidade apresentaram maiores taxas de peso no membro superior e linfedema. Para linfedema houve diferença significativa entre as categorias de índice de massa corporal (p=0,0268). Mulheres obesas têm 3,6 vezes mais chance de desenvolver linfedema no segundo ano após a cirurgia (odds ratio 3,61 95% IC 1,36-9,41). Concluiu-se que IMC ≥25kg/m2 anterior ao tratamento para câncer de mama pode ser considerado fator de risco para desenvolvimento do linfedema dois anos após a cirurgia. Não houve associação entre IMC e outras complicações.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Chan DN, Lui LY, So WK. Effectiveness of exercise programmes

on shoulder mobility and lymphoedema after axillary lymph

node dissection for breast cancer: systematic review. J Adv

Nurs. 2010; 66(9): 1902-14.

Mols F, Vingerhoets AJ, Coebergh JW, van de Poll-Franse LV.

Quality of life among long-term breast cancer survivors: a

systematic review. Eur J Cancer. 2005; 41(17): 613-9.

Hack TF, Kwan WB, Thomas-MacLean RL, Towers A, Miedema

B, Tilley A, et al. Predictors of arm morbidity following breast

cancer surgery. Psycho-Oncol. 2010; 19: 1205-12.

Devoogdt N, Van Kampen M, Christiaens MR, Troosters T, Piot

W, Beets N, et al. Short. – and long-term recovery of upper

limb function after axillary lymph node dissection. Eur J

Cancer Care. 2011; 20: 77-86.

Kwan ML, Darbinian J, Schmitz KH, Citron R, Partee P, Kutner

SE, Kushi LH. Risk factors for lymphedema in a prospective

breast cancer survivorship study: the pathways study. Arch

Surg. 2010; 145(11):1055-63.

Ahmed RL, Schmitz KH, Prizment AE, Folsom AR. Risk

factors for lymphedema in breast cancer survivors, the Iowa

Women’s Health Study. Breast Cancer Res Treat. 2011; 130(3):

-91.

Helyer LK, Varnic M, Le LW, Leong W, McCready D. Obesity

is a risk factor for developing postoperative lymphedema in

breast cancer patients. Breast J. 2010; 16(1): 48-54.

Ridner SH, Dietrich MS, Stewart BR, Armer JM. Body mass

index and breast cancer treatment-related lymphedema.

Support Care Cancer. 2011; 19: 853-7.

Savetsky IL, Torrisi JS, Cuzzone DA, Ghanta S, Albano NJ,

Gardenier JC, Joseph WJ, Mehrara BJ. Obesity increases inflammation and impairs lymphatic function in a mouse

model of lymphedema. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2014;

; 307(2).

World Health Organization (WHO). Obesity and overweight.

Fact sheet Nº 311. 2006. Available in: http://www.who.int/

mediacentre/factsheets/fs311/en/index.html. Accessed in:

th, February, 2015.

Asim M, Cham A, Banerjee S, Nancekivell R, Dutu G, McBride

C, Cavanagh S, Lawrenson R, Campbell I. Difficulties with

defining lymphoedema after axillary dissection for breast

cancer. N Z Med J. 2012; 125(1351): 29-39.

Oliveira MM, Gurgel MS, Miranda MS, Okubo MA, Feijó LF,

Souza GA. Efficacy of shoulder exercises on locoregional

complications in women undergoing radiotherapy for breast

cancer: clinical trial. Rev Bras Fisioter. 2009; 13: 136-43

Lee TS, Kilbreath SL, Refshauge KM, Herbert RD, Beith JM.

Prognosis of the upper limb following surgery and radiation

for breast cancer. Breast Cancer Res Treat. 2008; 110(1): 19-37.

Meeske KA, Sullivan-Halley J, Smith AW, McTiernan A,

Baumgartner KB, Harlan LC, et al. Risk factors for arm

lymphedema following breast cancer diagnosis in black

women and white women. Breast Cancer Res Treat. 2009;

(2): 383-91.

Paskett ED, Naughton MJ, McCoy TP, Case LD, Abbott JM. The

epidemiology of arm and hand swelling in premenopausal

breast cancer survivors. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev.

; 16 (4): 775-82.

Koul R, Dufan T, Russell C, Guenther W, Nugent Z, Sun X,

et al. Efficacy of complete decongestive therapy and

manual lymphatic drainage on treatment-related

lymphedema in breast cancer. Int J Radiat Oncol Biol

Phys. 2007; 1; 67(3):841-6.

Nesvold IL, Dahl AA, Løkkevik E, Mengshoel AM, Fossa

SD. Arm and shoulder morbidity in breast cancer patients

after breast-conserving therapy versus mastectomy. Acta

Oncologic. 2008; 47: 835-42.

Soran A, D’Angelo G, Begovic M, Ardic F, Harlak A, Samuel

Wieand H, et al. Breast cancer-related lymphedema: what are

the significant predictors and how they affect the severity of

lymphedema? Breast J. 2006; 12(6): 536-43.

Stanton A, Holroyd B, Mortimer P, Levick J. Comparison of

microvascular filtration in human arms with and without

postmastectomy oedema. Exp Physiol. 1999; 84: 405-19.

Mak SS, Yeo W, Lee YM, Mo KF, Tse KY, Tse SM, et al. Predictors

of lymphedema in patients with breast cancer undergoing

axillary lymph node dissection in Hong Kong. Nurs Res.

; 57(6): 416-25.

Hayes SC, Janda M, Cornish B, Battistutta D, Newman B.

Lymphedema after breast cancer: incidence, risk factors, and

effect on upper body function. J Clin Oncol. 2008; 26(21):

-42.

Lane K, Worsley D, Mckenzie D. Exercise and the lymphatic

system. – implications for breast-cancer survivors. Sport

Med. 2005; 35(6): 461-71.

Bicego D, Brown K, Ruddick M, Storey D, Wong C, Harris SR.

Exercise for women with or at risk for breast cancer-related

lymphedema. Phys Ther. 2006; 86(10): 1398-405.

Schmitz KH, Ahmed RL, Troxel A, Cheville A, Smith R, LewisGrant L, et al. Weight lifting in women with breast cancerrelated lymphedema. N Engl J Med. 2009; 361(7): 664-73

Downloads

Publicado

2016-03-03

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Influência da massa corporal na frequência de linfedema e outras complicações depois de cirurgia para câncer de mama . (2016). Fisioterapia E Pesquisa, 23(1), 84-90. https://doi.org/10.1590/1809-2950/14743623012016