Sintomas osteomusculares e qualidade de vida em costureiras do município de Indaial, Santa Catarina

Autores

  • Anacléia Fernanda Moretto Universidade do Vale do Itajaí
  • Fabíola Hermes Chesani Universidade do Vale do Itajaí. SC. Brasil
  • Luciane Peter Grillo Universidade do Vale do Itajaí

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/16833624022017

Palavras-chave:

Costureiras, Mialgia, Qualidade de Vida, Saúde do Trabalhador

Resumo

Os problemas de saúde decorrentes da relação de trabalho têm se tornado um fenômeno mundial. O objetivo deste estudo foi avaliar os sintomas osteomusculares e a qualidade de vida em profissionais do ramo da costura no município de Indaial (SC). Trata-se de um estudo de natureza transversal com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída por 118 costureiras de 48 empresas que responderam a três questionários: um sociodemográfico, outro de sintomas osteomusculares e um de qualidade de vida. Das costureiras avaliadas, 71,1% apresentaram sintomas osteomusculares nos últimos sete dias e 88,1% nos últimos doze meses. A região corporal mais afetada de acordo com a maioria dos relatos foi a dos ombros (18,6%) e as causas de afastamento foram as dores dorsais e lombares (cada uma correspondendo a 19,1% dos casos). O domínio de qualidade de vida mais comprometido foi o estado geral de saúde (57,03±16,08), seguido pelos de vitalidade (58,89±17,65), dor (60,53±22,28), saúde mental (66,81±19,19), aspectos emocionais (67,72±38,29), aspectos físicos (73,94±32,91), aspectos sociais (75,63±23,10) e capacidade funcional (77,16±19,19). Percebe-se que quanto maior o escore de qualidade de vida, menor o número de regiões anatômicas com dor. A associação de medidas preventivas ao trabalhar, como períodos de micropausas, atenção para posturas corretas e ginástica laboral, podem influenciar a redução de dor e prevenção de doenças, como também aprimorar a qualidade de vida.

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Publicado

2017-07-07

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Sintomas osteomusculares e qualidade de vida em costureiras do município de Indaial, Santa Catarina. (2017). Fisioterapia E Pesquisa, 24(2), 163-168. https://doi.org/10.1590/1809-2950/16833624022017