Geografia da mortalidade infantil do Brasil: variações espaciais e desigualdades territoriais

Autores

  • Rivaldo Faria Universidade Federal de Santa Maria. Departamento de Geociências

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2016.108442

Palavras-chave:

Mortalidade infantil, desigualdades territoriais, privação social, prematuridade e baixo peso.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as variações espaciais e as desigualdades territoriais nos indicadores de mortalidade infantil do Brasil. O estudo foi feito com todos os óbitos infantis e nascidos vivos registrados em sistemas oficiais nos anos de 2012 e 2013 nas 558 microrregiões brasileiras. Os indicadores foram calculados e estimados através do método bayesiano empírico. As características do território foram analisadas através de um indicador multicritério denominado Índice de Privação Social. Os resultados indicaram elevados coeficientes de mortalidade infantil (CMI) nas microrregiões dos estados do nordeste e norte do país e fatores associados relacionados à idade da mãe, doenças infecciosas, vazios assistenciais e falta de acompanhamento pré-natal. Nas microrregiões dos estados do sudeste e sul e parte do centro-oeste os CMI são menos elevados e os fatores associados estão mais relacionados com a prematuridade e baixo peso à nascença.

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Biografia do Autor

  • Rivaldo Faria, Universidade Federal de Santa Maria. Departamento de Geociências

    Mestre e Doutor em Geografia (Unicamp), Pós-Doutoramento (Universidade de Coimbra). Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde exerce as atividades da docência e da pesquisa nas áreas do planejamento urbano e regional, sob as temáticas das condições de vida e saúde da população, inserindo-as privilegiadamente no entendimento das condições territoriais do Cone Sul Latino-Americano.

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Publicado

2016-12-07

Como Citar

FARIA, Rivaldo. Geografia da mortalidade infantil do Brasil: variações espaciais e desigualdades territoriais. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 20, n. 3, p. 602–618, 2016. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2016.108442. Disponível em: https://revistas.usp.br/geousp/article/view/108442.. Acesso em: 23 abr. 2024.