O processo histórico de ocupação e de ocorrência de enchentes na planície fluvial do rio Pinheiros de 1930 até os dias atuais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2020.164499

Palavras-chave:

Urbanização, Planície Fluvial, Enchentes, Rio Pinheiros

Resumo

O processo de urbanização de São Paulo impôs grandes modificações em seus sistemas fluviais originais, sendo um exemplo fundamental o caso do Rio Pinheiros. Do ponto de vista das mudanças geomorfológicas, esse processo pode ser sistematizado em três momentos: até a década de 1930; da década de 1930 a de 1990 e; da década de 1990 aos dias atuais. Apesar das enchentes serem um problema constante e resistente para a região, projetos que buscavam diminuir seus impactos por meio da preservação de setores da planície foram, e ainda são ignorados pelos gestores da cidade. Esse artigo demonstra como a preservação de remanescentes do sistema fluvial e a recuperação das funções hidrológicas perdidas são essenciais para a regeneração urbana, enfatizando-se a planície fluvial do Rio Pinheiros e a questão da necessidade de uma mudança radical de lógica no uso e ocupação de planícies fluviais como a do Pinheiros.

 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rodolfo Alves da Luz, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Docente da Universidade Federal do Tocantins. Graduação em Geografia (2007) e Mestrado em Geografia Física (2010) ambos pela Universidade de São Paulo. Atualmente é doutorando em Geografia Física no Departamento de Geografia (FFLCH-USP).

  • Cleide Rodrigues, Universidade de São Paulo

    Docente da Universidade de São Paulo desde 1992. Atua na área de Geografia, com ênfase em Geomorfologia nos seguintes temas: Geomorfologia Fluvial Aplicada, Cartografia Geomorfológica, Geomorfologia e Urbanização e Gestão Ambiental.  É bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq.

Referências

AB’SABER, A. N. Geomorfologia do sítio urbano de São Paulo. (Edição Fac-Similar 50 anos editada em 2007). Cotia-SP: Ateliê Editoral, 1957. 349 p.

AB'SABER, A. N. A Planície do Tietê no Planalto Paulistano. Geomorfologia, São Paulo, 1978. 1 - 24.

ANGELI, P. A. L. As operações urbanas consorciadas como instrumento de planejamento urbano: Estudo de caso na cidade de São Paulo. 104 f. Dissertação (Mestrado em Urbanismo), Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias – PUC, Campinas, 2011.

BLANES, L. Análise dos biótopos da bacia hidrográfica do córrego Águas Espraiadas-São Paulo - SP. 132 f. Dissertação (Mestrado em Geografia Física), Departamento de Geografia – FFLCH – USP, São Paulo, 2006.

BRIDGE, J. S. Rivers and Floodplains: Forms, Processes, and Sedimentary Record. Oxford: Blackwell Science Ltd., 2003. 504 p.

BRITO, F. S. R. Melhoramentos do Rio Tietê em São Paulo. Relatório. Seção de obras d’ “O Estado de S. Paulo”. São Paulo, 1926.

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia fluvial. São Paulo: Edgar Blucher, 1981. 313 p.

CUSTÓDIO, V. A persistência das inundações na Grande São Paulo. 333 f. Tese (Doutorado em Geografia Humana), Departamento de Geografia – FFLCH – USP, São Paulo, 2002.

DINIZ, R. O.; FERRARI, S. M. A Billings e o Projeto Serra. Revista História & Energia, Dep. de Patrimônio Histórico da Eletropaulo, São Paulo, 5, 22-25, 1995.

DOUGLAS, I. The Urban Environment. London: Edward Arnold, 1983. 229 p.

EMAE. EMPRESA METROPOLITANA DE ÁGUAS E ENERGIA. Controle de Cheias do Canal Pinheiros. Apresentação de slides arquivada no site do Instituto de Engenharia. São Paulo. 2009. Disponível em: http://ie.org.br/site/ieadm/arquivos/arqnot2650.pdf. Acesso em: 05 jul. 2017.

ENVIRONMENT AGENCY. Irwell Catchment Flood Management Plan: Final Report 2008, managing flood risk. Environment Agency (United Kingdom), London, 2008.

FIX, M. A. Fórmula Mágica da Parceria Público-Privada: Operações Urbanas em São Paulo. Urbanismo: Dossiê São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas. PUCCAMP, PROURB, 2004 p. 185-198.

FIX, M. A. São Paulo cidade global: fundamentos financeiros de uma miragem. São Paulo: Boitempo editorial, 2007. 192 p.

FIX, M. A. Uma ponte para a especulação: ou a arte da renda na montagem de uma “cidade global”. Caderno CRH, Salvador, 22, 41-64, 2009.

FUNDAÇÃO DE APOIO À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (FUSP). Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê: Relatório Final. Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê,São Paulo, 4v., 2009.

GALLO, R.; GERARQUE, E. Condomínios descartam água de lençol freático na rua. Folha de São Paulo, São Paulo, 08 abr. 2012. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2012/08/1130166-condominios-descartam-agua-de-lencol-freatico-na-rua.shtml. Acesso em 10 jun. 2017.

GREGORY, K. J. River channels. In: GREGORY, K. J.; WALLING, D. E. Human activity and environmental processes. Chichester e New York: Wiley, 1987, p. 207-235.

HEPNER, A. Desenho urbano, capital e ideologia em São Paulo: Centralidade e forma urbana na marginal do Rio Pinheiros. 322 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) – USP, São Paulo, 2010.

HOCKIN, D. L. Channelization: Some Engineering Aspects. The Geographical Journal, 151, 1, 1985, p. 54-57.

HOCKIN, D. L.; WHITTLE, I. R.; BAILEY, R. A. Managing and Engineering Rivers for the Benefit of Man. Water and Environment Journal, 2, 1978, p. 151-158.

KAYO, A. Impactos gerados pela ocupação no leito antigo do Rio Pinheiros em áreas de Operações Urbanas Consorciadas Faria Lima e Águas Espraiadas. 154f. Dissertação (Mestrado em Habitação: Planejamento e Tecnologia), Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), São Paulo, 2013.

LEOPOLD, L. B.; WOLMAN, M. G.; MILLER, J. P. Fluvial processes in Geomorphology. São Francisco: W. F. Freeman and Co., 1964. 522 p.

MONTEIRO, P. R. São Paulo no centro das marginais: a imagem paulista refletida nos rios pinheiros e tietê. 193 f. Tese (Doutorado em Design e Arquitetura), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) – USP, São Paulo. 2010.

OSEKI, J. H. A fluvialidade do rio Pinheiros. Revista de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, São Paulo, Comissão de Pós-graduação - FAU - USP, 8, 2000, p. 168-177.

PONTES, J. A. O. V. Pinheiros: do rio ao canal. Revista História & Energia, Dep. de Patrimônio Histórico da Eletropaulo, São Paulo, 1995, p. 15-29.

SANTOS, A. L. Paisagem útil: o Rio Tietê e a urbanização paulistana (1966-1986). 242 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), Instituto de Arquitetura e Urbanismo – USP, São Carlos, 2014.

SÃO PAULO (MUNICÍPIO). Área urbanizada, segundo períodos de expansão Região Metropolitana de São Paulo. In: SÃO PAULO (MUNICÍPIO) Município em Mapas – Série Pôster: Panorama. São Paulo: SEMPLA, 2007.

SCIFONI, S. Parque do Povo: um patrimônio do futebol de várzea em São Paulo. Anais do Museu Paulista, São Paulo, 21, 2, 2013, p. 125-151.

SEABRA, O. C. D. L. Os meandros dos rios nos meandros do poder, Tietê e Pinheiros: valorização dos rios e das várzeas na cidade de São Paulo. 323f. Tese (Doutorado em Geografia Humana), Departamento de Geografia – FFLCH – USP, São Paulo, 1987.

SEABRA, O. C. D. L. Enchentes em São Paulo: Culpa da Light? Revista História & Energia, Dep. de Patrimônio Histórico da Eletropaulo, São Paulo, 1995, p. 64 - 71.

TRICART, J. Os tipos de leitos fluviais. Notícia geomorfológica, Campinas, 11, 1966, p. 41-49.

Downloads

Publicado

2020-05-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

LUZ, Rodolfo Alves da; RODRIGUES, Cleide. O processo histórico de ocupação e de ocorrência de enchentes na planície fluvial do rio Pinheiros de 1930 até os dias atuais. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 24, n. 2, p. 340–360, 2020. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2020.164499. Disponível em: https://revistas.usp.br/geousp/article/view/164499.. Acesso em: 19 abr. 2024.