Gentrificação, preservação patrimonial e turismo: os novos sentidos da paisagem urbana na renovação das cidades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2017.128345

Palavras-chave:

Gentrification. Patrimonialization. Tourism refunctionalization. Urban renewal. Urban landscape.

Resumo

A gentrificação constituiu-se em um processo de natureza dinâmica, seja em sua concepção conceitual ou em sua forma de expressão no espaço. Desde os anos 1990, a preservação de sítios históricos urbanos no Brasil e na América Latina serviu de âncora para a refuncionalização turística e a ascensão econômica de inúmeras cidades, articulou-se às estratégias políticas e econômicas de renovação urbana e ganhou inúmeras denominações a partir de visões teóricas ou técnicas, interesses políticos e escalas diferenciadas. Esses temas serão abordados aqui a partir de apontamentos de pesquisa teórico-conceitual e de argumentos empíricos de algumas cidades brasileiras e centros históricos da América Latina, fundamentando a reflexão sobre a gentrificação global e os seus processos inerentes de injustiça social na produção de novas paisagens e na apropriação seletiva do espaço urbano.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALEXANDRI, G.; GONZÁLEZ, S.; HODKINSON, S. Geografías del desplazamiento en el urbanismo de América Latina. Revista INVI – Gentrificación y desplazamientos en América Latina, Chile, v. 31, n. 88, p. 9-25, 2016.

BERDOULAY, V.; PAES, M. T. D. Imagem e patrimonialização em planejamento urbano: Salvador (Bahia) e Bordeaux em perspectiva. Revista Cidades – Imagens da Cidade, Presidente Prudente, v. 5, n. 7, p. 33-47, 2008.

BEUF, A. Entre competitividad urbana e inclusión social: la producción de la centralidad en el centro de Bogotá y sus impactos territoriales. In: BEUF, A.; MARTINEZ, M. E. (Coord.). Colombia: Centralidades históricas en transformación. Bogotá: Olacchi, 2013. v. 8. p. 309-342.

BORJA, J.; CASTELLS, M. Local y global – La gestión de las ciudades en la era de la información. Madrid: United Nations for Human Settlements, 1996.

CHOAY, F. O reino do urbano e a morte da cidade. Projeto História, São Paulo, v. 18, p. 67-89, 1999.

CRUZ, R. C. Política de turismo e território. São Paulo: Contexto, 2000.

GRAVARI-BARBAS, M.; BOURDEAU, L.; ROBINSON, M. Tourisme et Patrimoine Mondial. Quebec: Presses de l’Université Laval, 2012.

GRAVARI-BARBAS, M.; JACQUOT, S. Introduction – Patrimoine, tourisme, développement. Une triangulation impossible? In: Patrimoine Mondial et développement au défi du tourisme durable. Quebec: Presses de l’Université du Québec, 2014. p. 1-26.

HABERMAS, J. Modernidade: um projeto inacabado. In: ARANTES, O. B. F.; ARANTES, P. E. Um ponto cego no projeto de Jürgen Habermas. São Paulo: Brasiliense, 1992. p. 91-123.

HALL, P. Cidades do amanhã. São Paulo: Perspectiva, 2002[1988]. (Coleção Urbanismo – Estudos).

HAMNETT C. The blind men and the elephant: the explanation of gentrification. Transactions of the Institute of British Geographers, London, v. 16, n. 2, p. 173-189, 1991.

HARVEY, D. Condição Pós-Moderna. São Paulo: Ed. Loyola, 1992.

INTENDENCIA MUNICIPAL DE MONTEVIDEO. Plan Especial Ciudad Vieja. Montevidéu: Intendencia Municipal de Montevideo/Junta de Andalucia/Agencia Espanhola de Cooperación Internacional, 2004.

IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Carta de Atenas, nov. 1933. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Atenas%201933.pdf. Acesso em: 30 dez. 2017.

IPHAN. Centro Histórico de São Luís (MA), [s.d.]a. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/34. Acesso em: 28 dez. 2017.

IPHAN. PAC Cidades Históricas, [s.d.]b. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/235. Acesso em: 28 dez. 2017.

IPHAN. PAC 2 – Cidades Históricas, [s.d.]c. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/PAC_2_Cidades_Historicas.pdf. Acesso em: 28 dez. 2017.

IPHAN. Salvador (BA), [s.d.]d. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/241. Acesso em: 28 dez. 2017.

JACQUOT, S. Analyser l’action publique patrimoniale, um triple regard sur la patrimonialisation. In: GIGOT, M. (Coord.). Analyser la patrimonialisation des espaces urbains. Paris: Université François Rabelais, 2012. p. 9-18. Cahier n. 1.

JAMESON, F. Pós-Modernismo – a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 1996.

LEFEBVRE, H. La production de l’espace. 4. ed. Paris: Ed. Anthropos, 2000[1974].

MARTÍ-COSTA, M.; DURÁN, G.; MARULANDA, A. Entre la movilidad social y el desplazamiento - Una aproximación cuantitativa a la gentrificación en Quito. Revista INVI – Gentrificación y desplazamientos en América Latina, Chile, v. 31, n. 88, p. 131-160, 2016.

MARTI, M.; SALAZAR, M. Entrevista a David Harvey sobre Gentrificación: “Habitat III tiene una posición neoliberal”. Resistencia Popular Hábitat 3, [s.d.]. Disponível em: https://resistenciapopularhabitat3.org/2016/07/25/entrevista-a-david-harvey-sobre-gentrificacion-habitat-iii-tiene-una-posicion-neoliberal/. Acesso em: 25 out. 2016.

MORALES, E. L. Acerca de una gentrificación “planetaria” políticamente útil. Revista INVI – Gentrificación y desplazamientos en América Latina, Chile, v. 31, n. 88, p. 217-240, 2016.

NOBRE, E. A. C. Intervenções urbanas em Salvador: turismo e “gentrificação” no processo de renovação urbana do Pelourinho. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR, 10., 2003, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Anpur, 2003. p. 1-11.

PAES, M. T. D. Cultura, imagens e paisagens. In: JACINTO, R. (Coord.). Transversalidades 2016 – Fotografia sem Fronteiras. 5. ed. Guarda: Centro de Estudos Ibéricos/Câmara Municipal da Guarda, 2016. (Catálogo – Concurso de Fotografia).

PAES, M. T. D. Trajetórias do patrimônio cultural e os sentidos dos seus usos em Paraty (RJ). Resgate – Revista Interdisciplinar de Cultura, Campinas, v. 23, n. 30, p. 105-118, 2015.

PAES, M. T. D. Refuncionalização turística de sítios urbanos históricos no Brasil: das heranças simbólicas à reprodução de signos culturais. Geografia, Rio Claro, v. 37, n. 2, p. 319-334, 2012.

PAES, M. T. D.; SILVA, T. C. do N. Estratégias contemporâneas de intervenção urbana e o projeto Porto Maravilha (RJ). Boletim Campineiro de Geografia, Campinas, v. 2, n. 6, p. 345-364, 2016.

SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.

SMITH, N. A gentrificação generalizada: de uma anomalia local à “regeneração” urbana como estratégia urbana global. In: BIDOU-ZACHARIASEN, C. (Coord.). De volta à cidade – dos processos de gentrificação às políticas de “revitalização” dos centros urbanos. São Paulo: Annablume, 2006. p. 59-87.

SOUZA, M. L. de. Semântica urbana e segregação: disputa simbólica e embates políticos na cidade “empresarialista”. In: VASCONCELOS, P. A.; CORRÊA, R. L.; PINTAUDI, S. M. (Org.). A cidade contemporânea – segregação espacial. São Paulo: Contexto, 2013. p. 127-146.

VAINER, C. B. Pátria, empresa e mercadoria – notas sobre a estratégia discursiva do Planejamento Estratégico Urbano. In: ARANTES, O.; VAINER, C.; MARICATO, E. (Org.). A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p. 75-103.

ZUKIN, S. Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder. In: ARANTES, A. A. (Org.). O espaço da diferença. São Paulo: Papirus, 2000. p. 80-103.

Downloads

Publicado

2017-12-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Gentrificação, preservação patrimonial e turismo: os novos sentidos da paisagem urbana na renovação das cidades. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), [S. l.], v. 21, n. 3, p. 667–684, 2017. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2017.128345. Disponível em: https://revistas.usp.br/geousp/article/view/128345.. Acesso em: 29 mar. 2024.