Contribuições e limitações de modelos físicos e de realidade virtual na análise de projetos de HIS por usuários leigos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/gtp.v13i3.146376

Palavras-chave:

Modelo Físico Tridimensional, Realidade Virtual, Usuários, Habitação de Interesse Social, Processo de Projeto

Resumo

A comunicação das intenções do projeto de arquitetura junto a usuários leigos demanda um processo participativo com estratégias de abordagem adequadas aos diferentes agentes envolvidos. A simulação, por meio de diferentes tipos de modelos tridimensionais pode contribuir nessa comunicação, sendo que esse tipo de representação apresenta a vantagem de possuir uma linguagem mais inteligível ao leigo e próxima do objeto que será construído. Este trabalho apresenta o desenvolvimento de duas formas de simulações tridimensionais de baixo custo - uma com características físicas e outra em ambiente virtual – que poderiam contribuir em um processo projetual participativo. O artigo relata a aplicação de uma dinâmica de simulação com dois grupos de potenciais usuários de Habitações de Interesse Social (HIS), cujo objetivo é verificar quais as potencialidades de cada modelo para coletar informações junto a esses grupos sobre o ambiente projetado. O método utilizado para avaliar esse potencial dos modelos é desenvolvido através de uma dinâmica de simulação e técnicas de percurso cognitivo, protocolo verbal, teste de usabilidade, além de observações do comportamento dos usuários. Os dados coletados permitem identificar as vantagens e limitações do uso desses procedimentos de simulação na comunicação entre os usuários de HIS e o projetista durante as etapas iniciais do processo de projeto arquitetônico. Os resultados obtidos indicam que o modelofísico associado ao uso de câmera permite uma maior compreensão do conjunto dos ambientes projetados, estimulando o usuário a propor mudanças mais abrangentes na configuração dos mesmos. O modelo virtual com imagens em 360 graus possibilita melhor compreensão sobre aspectos de leiaute, preferências por materiais e aspectos de iluminação. Também foram identificados perfis de usuários que apresentam facilidade ou dificuldade de utilização de determinado instrumento. A contribuição do estudo está nas recomendações de uso dos modelos e nas limitações identificadas durante o processo, auxiliando na revisão de procedimentos para pesquisas futuras que envolvam o processo de projeto participativo habitacional.

 

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Biografia do Autor

  • Marcio Presente de Souza, Universidade Estadual de Londrina

    Doutorando na Universidade de São Paulo (IAU-USP) em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia na linha de pesquisa: Desenvolvimento e Avaliação de Produtos, Sistemas e Processos. Mestre (UEL-UEM) em Metodologia de Projeto na linha de pesquisa: Produção do Ambiente Construído. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior (UNINTER). Graduado em Arquitetura e Urbanismo (UEL). Integrante do grupo de pesquisa ARQUITEC (Arquitetura, Inovação e Tecnologia) vinculado ao Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, com experiência nos seguintes temas: Modelos Tridimensionais Físicos e Virtuais, Simulações, Avaliações de Projetos, Realidade Virtual e BIM.

  • César Imai, Universidade Estadual de Londrina

    Professor Associado da Universidade Estadual de Londrina no curso de Arquitetura e Urbanismo e no Programa de Pós Graduação em Metodologia de Projeto em Arquitetura e Urbanismo. Coordenador do Programa de Pós Graduação na Universidade Estadual de Londrina (2016-2017). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina (1992), mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2001) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2007). Líder do Grupo de pesquisa ARQ3 - Processo, Projeto e Comunicação na Arquitetura, atuando principalmente com os seguintes temas: Habitação de Interesse Social, Projeto Participativo, Metodologia de projeto, Avaliação Pós-Ocupação, Maquetes, Protótipos e Modelos Tridimensionais.

  • Maurício Hidemi Azuma, Universidade Estadual de Maringá

    Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina (1995) e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2001). Doutor pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP- São Carlos (Programa DINTER IAU/UEM/UEL) desenvolvendo atividades como pesquisador do Grupo Arquitec e do Projeto ZEMCH - Brazil pela Universidade Estadual de Londrina. Atualmente é professor adjunto do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Maringá - UEM. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Planejamento e Projetos da Edificação, atuando principalmente nos seguintes temas: arquitetura, informática, projetos, desenho arquitetônico e modelos tridimensionais.

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Publicado

2018-12-26

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

SOUZA, Marcio Presente de; IMAI, César; AZUMA, Maurício Hidemi. Contribuições e limitações de modelos físicos e de realidade virtual na análise de projetos de HIS por usuários leigos. Gestão & Tecnologia de Projetos, São Carlos, v. 13, n. 3, p. 21–38, 2018. DOI: 10.11606/gtp.v13i3.146376. Disponível em: https://revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/view/146376.. Acesso em: 20 abr. 2024.