Terapêutica da insistência: a cena de música experimental e o uso do transe mediado pela música como terapêutica contra males causados pelo ethos paulistano
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2020.157126Palavras-chave:
Etnomusicologia, Música Experimental, Transe, Práticas Terapêuticas, Patologias UrbanasResumo
Este artigo pretende abordar como participantes da cena de música experimental de São Paulo realizam práticas terapêuticas através das performances que ali acontecem. A terapia consistiria no uso da música como mediadora para uma busca pelo transe, intencionando tratar estados como a ansiedade ou a condição patológica que o blasé citadino pode gerar. Esses males, como dizem, são ocasionados pelo ethos dessa cidade, vetor que lhes impõe a necessidade de adaptação a um modo de vida que não compactuam. Por fim, considera-se que o grau de proximidade entre o performer e o público é relacionado ao grau da eficácia do tratamento pretendido e, a partir da reflexão sobre esse grupo e uma rápida comparação com outros, sugere-se que formas de tratamentos como essa podem ser recorrentes entre populações marginalizadas, permitindo-lhes uma forma de insistir em um modo de vida paralelo ao ethos predominante.
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