Relações do arcabouço tectônico do Rifte Potiguar com as estruturas do embasamento adjacente: análise de dados gravimétricos e magnéticos

Autores

  • Suelen Ferreira de Souza Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Geologia. Programa de Pós-graduação em Geodinâmica e Geofísica
  • David Lopes de Castro Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Geologia. Programa de Pós-graduação em Geodinâmica e Geofísica
  • Francisco Hilário Rêgo Bezerra Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Geologia. Programa de Pós-graduação em Geodinâmica e Geofísica
  • José Antônio Barbosa Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Geologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v16i1p43-60

Palavras-chave:

Gravimetria, Magnetometria, Bacia Potiguar, Estruturas tectônicas

Resumo

Os métodos gravimétricos e magnéticos classicamente apresentam boas respostas para o estudo do arcabouço tectônico de bacias sedimentares. Neste trabalho, foram aplicadas técnicas avançadas de processamento de dados geofísicos (redução ao polo, matched filter, gradiente horizontal total e inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total), com o objetivo de caracterizar a expressão geofísica das principais estruturas do Rifte Potiguar e do seu embasamento cristalino (NE do Brasil). Com o intuito de se estabelecer o comportamento dos principais blocos crustais da Província Borborema sob o pacote sedimentar da Bacia Potiguar, foram identificados oito domínios tectono-geofísicos através da correlação dos padrões anômalos das fontes causativas com dados geológicos disponíveis na literatura. Os extensos sistemas de falhas, que limitam o Rifte Potiguar, apresentam-se como expressivos lineamentos gravimétricos positivos. As principais zonas de cisalhamento, que limitam os blocos crustais da Província Borborema, foram também correlacionadas com expressivas anomalias alongadas na direção NE-SW. A integração dos diversos mapas geofísicos com a geologia de superfície permitiu correlacionar a expressão geofísica dessas estruturas e estabelecer a sua influência nos processos de rifteamento, pelos quais passou a bacia, inclusive as feições estruturais NE-SW, observadas nas regiões adjacentes a bacia. Foi possível definir a presença dessas feições abaixo da coluna sedimentar da Bacia Potiguar, as quais controlaram fortemente a estruturação interna do Rifte Potiguar. Tais resultados corroboram as hipóteses que sugerem a influência de estruturas pré-cambrianas na formação da bacia durante o rifteamento na margem continental leste do Brasil. É importante ressaltar que a inferência de deformações com trend NW-SE, reveladas principalmente pelos dados magnéticos, contribui para a hipótese de que tenha ocorrido a propagação dos esforços tectônicos E-W, que formaram a margem equatorial, para o interior do continente. Tais esforços também influenciaram o truncamento de estruturas do embasamento, deformações com direção NW-SE nos diques Rio Ceará-Mirim e causaram o arrasto lateral de direção E-W, que ocorre entre a Zona de Cisalhamento Portalegre e o Sistema de Falhas de Carnaubais.

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Publicado

2016-04-07

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Souza, S. F. de, Castro, D. L. de, Bezerra, F. H. R., & Barbosa, J. A. (2016). Relações do arcabouço tectônico do Rifte Potiguar com as estruturas do embasamento adjacente: análise de dados gravimétricos e magnéticos. Geologia USP. Série Científica, 16(1), 43-60. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v16i1p43-60