Aplicação do índice"Relação Declividade-Extensão - RDE" na bacia do Rio do Peixe (SP) para detecção de deformações neotectônicas

Autores

  • Mario Lincoln Etchebehere Universidade de Guarulhos; Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão
  • Antonio Roberto Saad Universidade Estadual Paulista; Instituto de Geociências e Ciências Exatas; Departamento de Geologia Aplicada
  • Vicente José Fulfaro Universidade Estadual Paulista; Instituto de Geociências e Ciências Exatas; Departamento de Geologia Aplicada
  • José Alexandre de Jesus Perinotto Universidade Estadual Paulista; Instituto de Geociências e Ciências Exatas; Departamento de Geologia Aplicada

DOI:

https://doi.org/10.5327/S1519-874X2004000200004

Palavras-chave:

morfometria fluvial, neotectônica, gradiente hidráulico

Resumo

Este trabalho apresenta a aplicação do índice RDE (Relação Declividade-Extensão) para a identificação de regiões sujeitas a deformações tectônicas ao longo da bacia hidrográfica do Rio do Peixe, região ocidental paulista. Parte-se da premissa de que os cursos d'água representam os elementos mais apropriados para este tipo de análise por se ajustarem rapidamente a deformações crustais, mesmo àquelas muito sutis, gerando modificações perceptíveis em seus parâmetros morfométricos. Técnicas como esta são particularmente úteis em áreas como o oeste paulista, caracterizadas por apresentarem relevo suave e profundo intemperismo químico, que resultam espessos regolitos e raros afloramentos. O índice RDE é calculado como sendo a razão entre a amplitude altimétrica de cada curso d'água e o logaritmo natural de sua extensão. Os valores obtidos podem ser plotados em mapa (no ponto mediano de cada drenagem), possibilitando o traçado de linhas de isovalores (isodefs). No caso do vale do Rio do Peixe, foram delineadas três principais anomalias (A, B e C), que representam áreas em processo de soerguimento, o que condiciona reflexos na formação e distribuição dos depósitos neoquaternários como os terraços, aluviões atuais e, possivelmente, leques aluviais hodiernos. Com base nos dados tectônicos disponíveis para esta região, pode-se atrelar as anomalias A e B respectivamente às suturas crustais Ribeirão Preto e Presidente Prudente; a anomalia C, de menor porte, ainda carece de maiores informações de campo, podendo estar associada com a sutura crustal Três Lagoas. Vale lembrar que estas suturas são feições herdadas do embasamento pré-cambriano, e que apresentam reflexos em toda a pilha sedimentar e ígnea da Bacia do Paraná, como também no traçado de lineamentos, sendo sugestivas da atuação de uma tectônica de caráter ressurgente.

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Publicado

2004-10-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Etchebehere, M. L., Saad, A. R., Fulfaro, V. J., & Perinotto, J. A. de J. (2004). Aplicação do índice"Relação Declividade-Extensão - RDE" na bacia do Rio do Peixe (SP) para detecção de deformações neotectônicas . Geologia USP. Série Científica, 4(2), 43-56. https://doi.org/10.5327/S1519-874X2004000200004