Levantamentos Gamaespectrométricos em Granitos Diferenciados. II: O Exemplo do Granito Joaquim Murtinho, Complexo Granítico Cunhaporanga, Paraná

Autores

  • Francisco José Fonseca Ferreira Universidade Federal do Paraná; Centro Politécnico; Departamento de Geologia; Laboratório de Pesquisas em Geofísica Aplicada
  • Allan Fruchting Votorantim Metais
  • Gilson Burigo Guimarães Universidade Estadual de Ponta Grossa; Departamento de Geociências
  • Luizemara Soares Alves Petrobras; Exploração/Geofísica/Métodos Potenciais
  • Victor Miguel Oliveira Martin Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica
  • Horstpeter Herberto Gustavo José Ulbrich Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica

DOI:

https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2009000100004

Palavras-chave:

Complexo Granítico Cunhaporanga, Granito Joaquim Murtinho, Granitos alasquíticos, Minerais de U-Th, granitos, Levantamento gamaespectrométrico terrestre, Comportamento do U-Th-K, intemperismo

Resumo

Mapeamento detalhado na região de Joaquim Murtinho, no Complexo Granítico Cunhaporanga (CGC), Neoproterozoico, no estado do Paraná, SE do Brasil, permitiu redefinir o Granito Joaquim Murtinho (GJM), uma intrusão tardia no CGC, composta inteiramente por alasquitos, álcali-feldspato leucogranitos, com área de exposição em torno de 10 km². A unidade está em contato tectônico para W com o Grupo Castro, Neoproterozoico a Eocambriano, com rochas sedimentares e vulcânicas, e é intrusivo em unidades menos evoluídas do CGC, mais para E. Petrograficamente, o GJM é composto por mesopertita e quartzo, com micas alteradas subordinadas e minerais acessórios, principalmente zircão; os granitos constituintes, equi a inequigranulares, estão em geral deformados (com texturas cataclásticas), frequentemente brechados, e podem mostrar estruturas miarolíticas. Atividades hidrotermal e deutérica são geradoras de minerais tardios como albita, sericita, carbonatos e hematita. Um estudo gamaespectrométrico terrestre (canais de contagem total, K, eU, eTh; 231 estações) coletou dados para a construção de vários mapas (CT-Ueq, K%, eU-ppm, eTh-ppm, e derivados), o GJM mostrando anomalias nos respectivos canais de CT e dos elementos K, eTh e eU (menos evidentes em vários mapas derivados), em comparação com outras unidades vizinhas do CGC, por estar enriquecido nestes três elementos. O comportamento geoquímico do K, do U e do Th é usado como base para avaliação dos mapas. Forte intemperismo (clima subtropical, temperaturas médias moderadas a elevadas, fortes precipitações) afeta em especial os feldspatos e biotita, lixiviando deles o K, e pode desestabilizar também fases acessórias portadoras de U e Th. O Th, pouco solúvel como cátion, deve acumular-se no solo residual retido em minerais restíticos, enquanto parte do U pode migrar (em ambiente oxidante como íon uranila). O feldspato potássico, em particular, converte-se nesta situação completamente em argilominerais sem K (caulinita). Métodos gamaespectrométricos são claramente eficientes para identificar fácies em rochas granitoides, em especial quando aplicados ao estudo daqueles enriquecidos em K, Th e U.

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Publicado

2009-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Ferreira, F. J. F., Fruchting, A., Guimarães, G. B., Alves, L. S., Martin, V. M. O., & Ulbrich, H. H. G. J. (2009). Levantamentos Gamaespectrométricos em Granitos Diferenciados. II: O Exemplo do Granito Joaquim Murtinho, Complexo Granítico Cunhaporanga, Paraná . Geologia USP. Série Científica, 9(1), 55-72. https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2009000100004