Turmalina e rutilo como indicadores da origem magmática-hidrotermal dos níveis de turmalinito de São José do Barreiro, Cinturão Ribeira, sudeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2010000300007Palavras-chave:
Turmalinito, Rutilo, Granito São José do Barreiro, ETR em turmalinaResumo
Turmalinas de níveis ricos em turmalina intercalados com os xistos da Unidade Rio Una do Complexo Embu e de turmalinitos grossos associados a quartzito da região de São José do Barreiro e Formoso (Cinturão Ribeira, SP, Brasil) foram analisadas para elementos maiores, traço e terras raras e isótopos estáveis de boro. Duas fases principais de formação de turmalina foram identificadas pela química mineral. A primeira fase, que corresponde a níveis ricos em turmalina intercalados em xistos, caracteriza-se pelos teores relativamente baixos de MgO (entre 4,7 e 6,5%), Na2O (1,5 e 2,1%) e CaO (entre 0,2 e 1,1%) e altos de Al2O3 (entre 32 e 35%) e FeO (entre 6,7 e 9,0%). Dois padrões de elementos terras raras (normalizados para o condrito C1) são representados respectivamente por razões (La/Yb)NC de 2,7 a 4,3 e anomalias positivas de Eu e razões (La/Yb)NC de 0,2 a 0,3 e anomalias de Eu praticamente ausentes. As variações nos teores de elementos maiores refletem as composições da rocha hospedeira que está sendo metamorfizada e na qual a turmalina está se cristalizando, ao passo que os padrões de ETR indicam a evolução do fluido metamórfico face às condições de metamorfismo. A segunda fase de turmalina, que compõe níveis de turmalinito intercalados com quartzito, caracteriza-se pelos teores relativamente elevados de Al2O3 (entre 32,3 e 33,92%), FeO (entre 6,54 e 7,3%) e Na2O (entre 1,8 e 2,1%) e teores muito baixos de ERT total (3,5 ppm), em particular de ETR leves. O padrão de ETR para esta turmalina caracteriza-se pela anomalia positiva de Eu, o que indica alta razão fluido/rocha. Os valores de δ11B obtidos para esta turmalina caem no intervalo entre -12,3 e -13,9. No extremo oposto, a turmalina do turmalinito maciço, também associado a quartzito, apresenta os teores mais altos de MgO (entre 7,3 e 9,7%), CaO (entre 0,8 e 2,5%), F, Th, U, Hf, Zr, Y, Sr e ETR total (305 ppm) e os mais baixos de Al2O3 (entre 28,6 e 31,8%) e FeO (entre 5,4 e 8,3%), quando comparada às demais turmalinas analisadas. Diferentemente dos demais padrões de ETR, o que caracteriza esta turmalina é o enriquecimento em ETR leves [(La/Yb)NC = 5,8] e leve anomalia negativa de Eu. Valores negativos de δ11B no intervalo entre -13.9 e -15.8 indicam, tal qual o anterior, a filiação com magmatismo-hidrotermalismo granítico do tipo S. O turmalinito maciço também contém zircão, scheelita e monazita como minerais acessórios e rutilo (verde e vermelho) abundante. O rutilo verde é mais enriquecido em Nb, Al, Fe e Sn do que o rutilo vermelho que, por sua vez, é mais rico em Cr. As diferenças nas composições da turmalina e do rutilo do turmalinito maciço indicam o envolvimento de fluidos magmáticos-hidrotermais na evolução dos fluidos metamórficos dos quais turmalina e outros minerais cristalizaram-se. O Granito São José do Barreiro, do tipo S e sin-colisional, é a possível fonte desses fluidos magmáticos-hidrotermais.Downloads
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Publicado
2010-10-01
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Artigos
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Como Citar
Garda, G. M., Beljavskis, P., D'Agostino, L. Z., & Wiedenbeck, M. (2010). Turmalina e rutilo como indicadores da origem magmática-hidrotermal dos níveis de turmalinito de São José do Barreiro, Cinturão Ribeira, sudeste do Brasil . Geologia USP. Série Científica, 10(3), 97-117. https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2010000300007