Metadolomitos talcificados do Grupo Itaiacoca, Paraná: regime de fluidos e implicações genéticas

Autores

  • Danilo Marques Saunite Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica
  • Rosa Maria da Silveira Bello Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica
  • Fábio Ramos Dias de Andrade Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica
  • Gergely Andrés Julio Szabó Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica

DOI:

https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2011000100010

Palavras-chave:

Inclusões fluidas, Talco, Metadolomito, Grupo Itaiacoca, Sul do Brasil

Resumo

As maiores reservas de talco no Brasil estão localizadas em metadolomitos proterozoicos de baixo grau do Grupo Itaiacoca. Foram analisadas inclusões fluidas em três contextos diferentes de formação de talco. Ao longo de zonas de cisalhamento transcorrente ocorrem jazidas de talco xistos, em cujos veios de quartzo as inclusões fluidas são aquosas de baixa salinidade (< 5% em peso de NaCl equivalente) e desprovidas de CO2, indicando elevada razão água:rocha e prolongada percolação de soluções hidrotermais. A variação de Thtot nas inclusões primárias, principalmente de 110 a 230°C, é consequência de diversos episódios de percolação de fluidos durante a evolução das zonas de cisalhamento. Na periferia das zonas de cisalhamento, os veios em metadolomitos fraturados e incipientemente talcificados contêm inclusões ricas em CO2 (XCO2 de 0,17 a 0,81), indicando circulação mais restrita de fluidos, e Thtot, situada principalmente entre 250 e 300°C. As relações entre densidade e salinidade sugerem mistura supersolvus em proporções variáveis entre fluidos aquosos e carbônicos. No contato dos metadolomitos com o Complexo Granítico Cunhaporanga, as inclusões são carbônicas e aquocarbônicas, indicando circulação restrita de fluidos aquosos; apresentam um amplo intervalo de variação em salinidade (0 a 20% em peso de NaCl equivalente), dCO2 (0,13 a 1,0 g/cm³), dtot (0,2 a 1,0 g/cm³), com Thtot entre 130 e 574°C. Nesse ambiente houve formação restrita de talco por retrometamorfismo de silicatos magnesianos de alta temperatura, tendo o sistema preservado situações de desequilíbrio, com reações retrometamórficas incompletas. Os resultados não permitiram a determinação precisa das condições de talcificação, pois as inclusões contêm fluidos posteriores ao pico térmico dos sistemas de mineralização. No entanto, no caso dos veios em metadolomito fraturado as Thtot indicam as condições mais próximas às de talcificação, porém num estágio mais tardio, sob regime rúptil.

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Publicado

2011-04-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Saunite, D. M., Bello, R. M. da S., Andrade, F. R. D. de, & Szabó, G. A. J. (2011). Metadolomitos talcificados do Grupo Itaiacoca, Paraná: regime de fluidos e implicações genéticas . Geologia USP. Série Científica, 11(1), 171-187. https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2011000100010